O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, não anuncia recandidatura ao cargo argumentando que está preocupado com "três pilares" para o futuro a curto prazo do clube. Ainda assim, o dirigente assume estar "surpreendido" com declarações de André Villas-Boas.
"O sócio do FC Porto 587 é o presidente do FC Porto e o presidente, neste momento, tem três preocupações grandes: que todo o barulho das redes sociais não chegue à equipa de futebol, que esteja tranquila para atingir o objetivo dos 'oitavos' da Champions e que no mês de dezembro possamos apresentar lucro e ter os capitais próprios positivos. É um grande salto, mas está incluído na estratégia, e a nossa academia, na Maia, que está em fase final", disse, em entrevista à SIC, na noite desta terça-feira.
Sobre as mais recentes tomadas de posição de André Villas-Boas e o anúncio de candidatura à presidência, Pinto da Costa "não comenta nem reage", embora não deixe de assumir que foi surpreendido.
"Não digo mágoa, mas fiquei admirado. Mas mágoa é quando nos morre alguém querido. Mas fico surpreendido. Ele tem o seu direito de ser candidato como qualquer sócio com quotas em dia. Tem a sua estratégia. Surpreende-me, mas não comento. Terá um intuito, presumo que seja candidatar-se à presidência. Tem todo o direito, terá quotas em dias. Não entro nesse jogo", atirou.
O presidente portista garante que não tem, nem nunca teve relação próxima com Villas-Boas desde que o técnico deixou o FC Porto para assinar pelo Chelsea, no final da época 2010/2011.
"Depois de ser treinador, se falei três vezes com André Villas-Boas foi muito. Nessa altura, ofereceu-me um relógio com uma grande dedicatória, já nem sei de que marca. Até era bonito e tenho-o guardado. Infelizmente, lembro-me de que a última vez que o vi foi no funeral do Fernando Gomes. Daí para cá, não o voltei a ver", afirma.
Pinto da Costa "não faz ideia" se Villas-Boas divide o FC Porto. "Não comento as suas afirmações nem as redes sociais, só quero manter a tranquilidade na equipa."
FC Porto não tem "guarda pretoriana, tem uma claque"
Vários sócios portista têm "apontado o dedo" à claque Super Dragões, responsabilizando-a pelos incidentes ocorridos na Assembleia Geral de 13 de novembro. Villas-Boas acusou mesmo a direção de ter uma "guarda pretoriana" e Pinto da Costa contesta essas afirmações.
"O que existe é uma claque. A mesma claque, com os mesmos comportamentos de quando o André Villas-Boas era treinador do FC Porto. Todos os treinadores e jogadores até hoje vão cumprimentar a claque. Não eram guarda pretoriana nessa altura? Tem-se atacado os Super Dragões. São Super Dragões nos jogos, fora são sócios como qulquer outro, com os mesmos direitos", disse.
Pinto da Costa garante que "é amigo de quem é", mas assume que não tem relação de "amizade com Fernando Madureira".
"Não é meu parceiro de todos os dias, mas tenho uma boa relação e admiro-o. Formou-se com as suas dificuldades", continua.
"A relação que há entre mim e qualquer claque é a normal. Nos jogos fora do FC Porto, se não fosse a claque, jogaríamos sozinhos contra o resto. Algum sócio foi intimidado nos jogos do FC Porto? Não conheço nenhum que se tenha queixado."
[Atualizado às 22h52]