O Papa Francisco pede que o Sínodo seja “um lugar onde o Espírito Santo purifique a Igreja de tagarelices, ideologias e polarizações”.
“Ser sinodal significa acolher-nos assim, na consciência de que todos temos algo para testemunhar e aprender, colocando-nos juntos para ouvir o ‘Espirito da Verdade’, para saber o que Ele ‘diz às Igrejas’”, disse na vigília ecuménica “Together, Encontro do Povo de Deus”, um momento de oração pelo Sínodo, que decorreu este sábado, ao fim da tarde, em Roma, e que contou com a presença de 18 mil fiéis de diferentes confissões cristãs.
Numa alocução centrada no papel do silêncio, “importante” e “poderoso” “na vida do crente, na vida da Igreja e no caminho da unidade dos cristãos”, Francisco afirmou que “Deus não gosta de proclamações e de gritos, de tagarelice e de barulho: prefere, como fez Elias, falar no ‘sussurro de uma leve brisa’”.
"Num mundo cheio de ruído já não estamos habituados ao silêncio, aliás, às vezes temos dificuldade em tolerá-lo, porque nos coloca diante de nós mesmos e de Deus", constatou o Papa, dizendo que “precisamos libertar-nos de muitos ruídos para ouvir a sua voz, porque só no nosso silêncio ressoa a sua Palavra”.
Neste momento de oração que antecede a Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, cujo início está marcado para 4 de outubro, o Santo Padre, falando sobre o silêncio na vida da Igreja, disse que este “permite o discernimento” e “torna possível a comunicação fraterna, na qual o Espírito Santo harmoniza pontos de vista”.
“Jesus, de facto, rezou para que os discípulos ‘sejam um’”, sublinhou, dizendo que “quanto mais nos dirigimos juntos ao Senhor em oração, mais sentimos que é Ele quem nos purifica e nos une para além das nossas diferenças”. “A unidade dos cristãos cresce no silêncio diante da Cruz”, destacou.
Além do Papa Francisco, que presidiu à celebração dinamizada pela comunidade de Taizé, estiveram também presentes o Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I, o Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, entre outros responsáveis.
Antes da vigília, a Praça de São Pedro acolheu uma “celebração de gratidão” em torno de quatro dons: o dom da unidade e do caminho sinodal, o dom do outro, o dom da paz e o dom da criação. Este momento contou com o testemunho de cinco jovens de diferentes países, continentes e Igrejas.