A coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu esta terça-feira que “não há nenhum problema de sustentabilidade na Segurança Social” e voltou a acusar o Governo de “truques, de aldrabices" e "manipulação das contas” no que toca às pensões.
“Não há nenhum problema de sustentabilidade na Segurança Social, o que existe é um truque do Governo, que quer pôr os pensionistas a financiar o Estado em vez de lhes pagar as pensões que são suas por direito”, afirmou.
Catarina Martins falava aos jornalistas à margem de uma visita à Escola Secundária da Baixa da Banheira, no concelho da Moita, distrito de Setúbal, e referiu uma notícia do Jornal de Negócios segundo a qual o Governo não teve em conta a receita nas contas enviadas ao parlamento sobre o impacto das pensões na sustentabilidade financeira da Segurança Social.
Apontando que o Governo alegou que “o problema era a sustentabilidade da Segurança Social porque atualizar as pensões como a lei prevê neste momento teria um impacto de mil milhões de euros, e isso era terrível para a sustentabilidade”, a líder do BE ironizou que o executivo “esqueceu-se de contar o resto da história”.
E referiu que “o crescimento económico e a inflação não têm impacto só na atualização nas pensões, também têm impacto na receita da Segurança Social”, que “já ganhou mais 1.300 milhões de euros do que tinha”.
“Ou seja, atualizar as pensões teria um impacto de mais mil milhões de euros, mas as receitas da Segurança Social já cresceram mais 1.300 milhões de euros”, salientou Catarina Martins.
A coordenadora bloquista considerou então que “não há nenhum problema de sustentabilidade na Segurança Social, o que existe é um truque do Governo, que quer por os pensionistas a financiar o Estado em vez de lhes pagar as pensões que são suas por direito”.
“A Segurança Social não é um problema para o país, o problema para o país é um Governo de truques, de aldrabices, de manipulação das contas que não diz a verdade e que quer por os pensionistas a financiarem o Estado em vez de lhes darem acesso à pensão que é sua por direito porque com a inflação também as receitas da Segurança Social aumentaram”, criticou.
Catarina Martins defendeu que “o Governo já, sobre esta matéria, por duas vezes enganou as pessoas”.
“Primeiro dizendo que ia apoiar quando afinal o apoio que dá agora depois retira em mais para o futuro, depois dizendo que o problema era a sustentabilidade da Segurança Social quando na verdade estava a esconder que a Segurança Social hoje até está mais forte e já tem mais receitas do que tinha antes, mais receitas até do que o impacto do aumento das pensões de acordo com a lei que o Governo agora quer paralisar”, sustentou.
Assinalando que o primeiro-ministro, António Costa, “prometeu em junho” que iria cumprir a lei no que toca à atualização das pensões, Catarina Martins questionou também “o que é que mudou em tão pouco tempo” para a decisão ser diferente.