O legado que Vítor Pereira quer deixar no Corinthians é a conquista de títulos, de preferência com futebol bonito.
Na conferência de imprensa de apresentação como novo treinador do Timão, esta sexta-feira, o português, de 53 anos, salientou que "gostaria de deixar títulos" como imagem da primeira aventura no Brasil.
"Para além da qualidade de jogo, é importante ganhar. Eu gosto de ganhar com qualidade de jogo, mas ganhar é fundamental. Num clube desta dimensão, com uma torcida enorme, é importante lutar, competir por títulos. Não posso prometer títulos, mas posso prometer muito trabalho, no sentido de conquistá-los", declarou o técnico português.
Vítor Pereira pretende criar um modelo de jogo "que deixe os jogadores confortáveis e vá ao encontro das características deles".
"Vamos tentar encontrar um equilíbrio entre a qualidade técnica que existe no plantel e a capacidade física da equipa. Jogar um jogo que nos permita ter mais bola, ser dominante com bola, exacerbar esse momento no treino, e depois, para evitarmos correr muitos metros para trás, temos de ser muito agressivos no momento da perda de bola. São dois pontos fundamentais do nosso jogo", vincou.
Música no coração de Vítor Pereira
Vítor Pereira, que revelou já ter recusado, anteriormente, "vários convites para treinar no Brasil", escolheu o Corinthians pelo lado emocional:
"Para me convencerem, é preciso apelarem ao meu sentimento. O que me motiva é o lado tático, técnico, estratégico do jogo, a qualidade dos jogadores. Estimula-me a dimensão do clube e a paixão dos adeptos. E a insistência do presidente e da Direção, que me fez sentir que tinha de ser eu e que queriam muito que fosse eu. Comecei a ligar-me com os adeptos, a perceber que os adeptos também queriam. Senti, mesmo antes de vir, que estava a haver ali uma ligação e a minha decisão foi por aí."
Apesar da ligação, Vítor Pereira assinou contrato de apenas um ano com o Corinthians. Algo que, para o treinador português, é inegociável, depois de ter tido uma má experiência no Al-Ahli, da Arábia Saudita.
"Quando saí do Porto, fui para a Arábia Saudita com dois anos de contrato e, no final do primeiro ano, quis vir embora e paguei uma multa pelo ano de contrato que me faltava. Nunca mais assinei contratos de longa duração, porque tenho de perceber no final da época se estou feliz, se o clube está feliz comigo. Se houver sintonia, renova-se o contrato. Senão, ficamos amigos, mas separamo-nos. Não quero ficar contrariado num clube nem que um clube fique comigo contrariado", sublinhou.
Sobre a abundância de treinadores portugueses no Brasil, Vítor Pereira assinalou que é uma oportunidade de aprendizagem para todos.
"Aompetência não tem nacionalidade, não tem idade, não tem cor. Ou se tem ou não se tem. Se fosse brasileiro, encararia a vinda de treinadores estrangeiros como uma oportunidade de perceber coisas novas. Eu próprio acredito que trarei alguma coisa nova Para mim, vir para aqui é um desafio, para aprender com os treinadores brasileiros", salientou.