O governo dos Países Baixos confirma a existência de pelo menos duas esquadras de polícia chinesas, não declaradas, que estão a funcionar ilegalmente no país.
A informação foi avançada por um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, que anunciou os resultados de uma investigação às denuncias levadas a cabo pela ONG Safeguard Defenders, com sede em Espanha, segundo a qual existem 54 esquadras chineses na Europa, três das quais em Portugal.
Esta organização admite que terá sido a partir dessas esquadras centenas de cidadãos chineses foram persuadidos a regressar à sua terra natal, um pouco por todo o mundo.
A existência destas duas esquadras nos Países Baixos resulta de uma investigação conjunta da televisão RTL e do site Follow The Money, que acompanharam um refugiado chinês intimidado pela polícia chinesa no país. Um cidadão de nome Wang Jingyu, que conseguiu asilo por ser perseguido por críticas ao regime chinês nas redes sociais.
Os jornalistas chegaram a visitar as duas esquadras: uma em Amesterdão, em funcionamento desde 2018, e a outra desde o início deste ano na cidade de Roterdão. Uma delas será chefiada por dois cidadãos chineses, que fizeram carreira na polícia chinesa antes de emigrarem para os Países Baixos.
Wang garante já ter denunciado seis vezes a situação às autoridades, mostrando-se preocupado com a sua segurança.
O governo holandês está agora a ser pressionado a garantir que os críticos do governo chinês que recebem asilo possam ser protegidos.
Apesar de a Liga dos Chineses em Portugal ter dito que se trata de uma denúncia falsa, sendo impossível a existência dessas esquadras ilegais chinesas a operar no país, à Renascença, a organização Safeguard Defenders insistiu que existem em Lisboa, Porto e Madeira “esquadras chinesas” ilegais, centros de investigação e repatriamento de cidadãos chineses que vivem no país.
De acordo com a Safeguard Defenders, mais de 230 mil cidadãos chineses foram "persuadidos a regressar" à sua terra natal, um pouco por todo o mundo.