O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, disse esta quinta-feira que as artes marciais em Timor-Leste vão continuar suspensas por mais seis meses, apesar da redução da "intensidade e prática de violência".
O primeiro-ministro falava aos jornalistas no final do encontro semanal com o Presidente timorense, José Ramos-Horta, que decorreu no Palácio da Presidência, em Díli.
"Depois de discutirmos, resolvemos continuar a suspensão por mais seis meses, porque muitos grupos não têm o controlo absoluto dos seus membros, nem sabem quantos sítios de treino esses grupos têm. Então, vamos continuar até que todos tenham um bom conhecimento do seu próprio grupo", esclareceu o chefe do Governo timorense.
Mas, salientou Xanana Gusmão, o Governo aprecia a "cooperação que têm demonstrado".
Tendo em conta os graves incidentes registados no território nacional, o Governo de Timor-Leste determinou, em novembro do ano passado, a suspensão do ensino, aprendizagem e prática das artes marciais, por um período de seis meses, que terminava em abril.
Segundo o executivo timorense, antes da suspensão das artes marciais, tinham sido registados no país um total de 54 incidentes, que provocaram quatro mortos, 26 feridos e danos materiais em 21 habitações e 10 veículos.
O primeiro-ministro disse também que, no novo período de suspensão, o Governo pretende "incutir no espírito dos jovens uma nova ideia, um novo olhar para as artes marciais", que devem começar a ser vistas com uma arte desportiva e física.
"É isto que queremos incutir durante este segundo período de suspensão. A ideia é também preparar, para outubro ou novembro, a existência de competições entre os vários grupos, para perceberem que estas artes são para garantir uma determinada capacidade física e dar à mente determinado caráter", concluiu Xanana Gusmão.