Dois bombeiros sofreram ferimentos ligeiros enquanto combatiam as chamas que deflagraram num prédio devoluto na Baixa do Porto durante a madrugada deste sábado.
Os bombeiros feridos já tiveram alta hospitalar.
"Não há vítimas civis a registar, apenas dois bombeiros que, por precaução, foram transportados para o hospital, mas que já tiveram alta, com lesões leves", explicou Saraiva Marques, comandante dos Sapadores Bombeiros do Porto, em declarações à CMTV.
O incêndio terá começado por volta das 2h00 num edifício devoluto entre a rua Barbosa de Castro e o Passeio das Virtudes, tendo alastrado a mais duas casas. Uma das casas afetadas é o local de nascimento de Almeida Garret.
“O interior do prédio onde viveu o escritor Almeida Garrett [1799-1854] ficou totalmente destruído. Ficaram as fachadas onde se pode ainda ver o brasão principal com o nome do escritor”, disse à Lusa o comandante dos Bombeiros Sapadores do Porto, Carlos Marques, acrescentando que “as autoridades competentes já se encontram a investigar a causa do incêndio”.
O incêndio destruiu a habitação de rés-do-chão com três andares.
Segundo a PSP, uma idosa que vivia num prédio nas proximidades "entrou em pânico" e terá sido assistida no local.
Às 10:50 o incêndio ainda se encontrava em fase de rescaldo. “Os bombeiros ainda estão no local a efetuar operações de rescaldo e efetuar remoção de escombros”, disse fonte do Comando Distrital de Operação de Socorros (CDOS) do Porto.
Ao local deslocaram-se 44 bombeiros, com 13 viaturas, das corporações de Bombeiros dos Sapadores do Porto, Voluntários do Porto e Portuenses do Porto.
Câmara do Porto mantém vontade de adquirir a casa
A Câmara Municipal do Porto confirmou à Lusa que mantém a proposta de aquisição de compra do imóvel privado onde nasceu o escritor Almeida Garrett e que ardeu parcialmente no incêndio.
A Câmara do Porto aprovou no passado dia 26 de março uma proposta da vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, para que se tentasse adquirir a casa onde nasceu o escritor português Almeida Garrett, um imóvel com quatro pisos que ficou hoje com o interior destruído na sequência de um incêndio que deflagrou pelas 01:56 e relativamente ao qual as autoridades estão a investigar a causa.
“O executivo da Câmara do Porto estava a estudar a hipótese de compra do imóvel [onde nasceu Almeida Garrett] e continua de pé essa vontade de compra. O importante é que o edifício fique protegido”, disse à Lusa fonte do gabinete de imprensa da Câmara Municipal do Porto.
Questionada pela Lusa, Ilda Figueiredo lamentou a “triste coincidência” da casa onde nasceu Almeida Garrett ter ardido precisamente um mês após a Câmara do Porto ter aprovado, por unanimidade, a proposta da CDU para tentar adquirir aquele imóvel na zona histórica da cidade e e que serviria para assinalar os 200 anos da Revolução Liberal do Porto (1820).
“Lamento muito a triste coincidência e mantenho a posição que foi aprovada por unanimidade pela Câmara do Porto, de aproveitar o que resta do edifício, mas naturalmente vai ter que se analisar face ao que aconteceu”, declarou a vereadora Ilda Figueiredo, assumindo-se “chocada com a tragédia” na casa que viu nascer um vulto da “cultura portuense e nacional”.
“Ninguém ficou desalojado devido ao incêndio”, acrescentou fonte da autarquia.
[Notícia atualizada às 11h37 e às 18h20, com mais informação]