A procuradora de Fulton, condado da Georgia, responsável pela acusação de fraude eleitoral contra Donald Trump no estado norte-americano, testemunhou esta quinta-feira para defender um período de tempo em que namorou com um advogado que foi contratado para estar envolvido no processo, garantindo que não houve conflitos de interesse.
Fani Willis teve um relacionamento amoroso com o advogado Nathan Wade pelo menos entre 2022 e 2023, mas a defesa de Trump acredita que há provas que apontam para um caso que começou em 2019, muito antes das eleições Presidenciais de 2020 e numa altura em que o advogado ainda era casado com outra mulher.
Nesse caso, poderá haver um potencial conflito de interesses, já que o advogado apenas foi contratado para integrar a investigação ao antigo Presidente norte-americano, em 2021.
A ex-mulher de Nathan Wade acusou o antigo marido de ter viajado em cruzeiros para as Caraíbas com a procuradora de Fulton, em pelo menos duas ocasiões.
Ouvido em tribunal, Nathan Wade garante que o relacionamento amoroso com Fani Willis desenvolveu-se só depois de já ter sido contratado enquanto procurador especial do caso. O advogado garantiu, ainda, que o seu casamento "estava arruinado" desde 2015 e que tinha liberdade para estar "com quem quisesse".
Esta quinta-feira, foi a própria procuradora de Fulton que pediu para ser ouvida em tribunal, ripostando contra as perguntas da defesa de Trump.
"Eu não estou a ser julgada. Quem estão a ser julgados são as pessoas que tentaram roubar uma eleição", referiu Fani Willis.
A procuradora voltará a ser ouvida esta sexta-feira. Caso o juiz decida que Fani Willis não tem condições para continuar à frente da acusação, este poderá ser um duro, senão mesmo fatal, golpe para o processo contra Donald Trump.
A acusação contra Donald Trump e mais 14 pessoas envolve 41 acusações, descrevendo um alegado esquema para subverter a vontade dos eleitores da Georgia que escolheram o Democrata Joe Biden em vez do candidato Republicano nas eleições presidenciais de 2020.
Publicamente, Trump negou sempre a credibilidade dos resultados eleitorais, apesar de não haver nenhuma prova de fraude.