Marcelo vê luz ao fundo do túnel. Desconfinamento vai continuar sem passos atrás
14-05-2020 - 12:46

Presidente da República confirma a tendência, das últimas semanas, da diminuição dos casos de internamento e da diminuição da mortalidade.

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Ainda é cedo para tirar "conclusões firmes", contudo, Marcelo Rebelo de Sousa acredita que os resultados do "desconfinamento muito contido", no âmbito da pandemia do novo coronavírus, são positivos, com estabilização e até redução dos números diários de óbitos e infeções.

Isto significa, explicou o Presidente da República, após reunião com os responsáveis políticos e especialistas no Infarmed, que, para já, não será necessário dar um passo atrás nas medidas de contenção. Marcelo já vê a luz ao fundo do túnel, no entanto, avisa que tudo continua a depender do comportamento individual dos portugueses.

"Foi um desconfinamento muito contido. Os portugueses foram sensíveis àquilo que lhes foi pedido, de fazerem a abertura por pequenos passos. A grande maioria continuou a ser muito contida. Com o confinamento, a contenção continuou muito elevada. Encontrámos um processo sem grandes alterações. Por outro lado, foi confirmada a tendência das últimas semanas, no sentido da diminuição de casos de internamento e de internamento em cuidados intensivos e também a diminuição da letalidade. Significa, como um todo, que tem havido uma comunicação muito boa entre as autoridades sanitárias e os portugueses", afirmou o chefe de Estado, esta quinta-feira.

"R" permite ver o copo meio cheio


Marcelo revelou que o "R" - índice de transmissibilidade da Covid-19 -, nos últimos cinco dias, ficou em 0,98%: "Mais elevado na região de Lisboa e Vale do Tejo que no Centro. No Norte, é mais baixo, 0,91%."

Ainda assim, não passaram sequer 15 dias do fim do estado de emergência, pelo que é necessário dar tempo à curva epidemiológica para manifestar as consequências do desconfinamento.

O Presidente diz que há que esperar pelo dia 18 de maio, com o regresso às aulas e a reabertura de várias atividades comerciais, e por 1 de junho, quando muitos regressarão ao trabalho presencial. Não obstante, Marcelo acredita que já se vê a luz ao fundo do túnel.

"Neste momento, estamos a sentir os efeitos do que se passou há 15 dias. Daqui a 15 dias, sentiremos os efeitos do que se vai passar da primeira fase de abertura. Falar em luz ao fundo do túnel é falar de uma real que os portugueses vão, eles próprios, conquistando. Até agora, têm vindo a conquistar e queremos ter a certeza de que vão continuar a conquistar ao longo das próximas semanas", afiançou o Presidente.

Portugal melhor que outros países


Sobre a reunião no Infarmed, concretamente, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou satisfação por ter sido "uma sessão mais completa que as anteriores". Na comparação com outros países que estão a desconfinar, o Presidente da República considera que Portugal sai bem visto:

"É muito positivo haver estas sessões, para monitorizar par e passo a evolução da pandemia em si mesma e das suas repercussões sociais. O comportamento dos portugueses em relação às sucessivas fases, porque já estamos na terceira, tem sido exemplar. Controlando com outros países, que tê tido altos e baixos e avanços e recuos, até agora, encontramos um processo linear no comportamento dos portugueses e na relação com a evolução da pandemia. E isso é positivo."

Nestas reuniões no Infarmed, além dos responsáveis políticos, como o Presidente e o primeiro-ministro, participam quatro especialistas: os epidemiologistas Manuel do Carmo Gomes, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e Henrique Barros, presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e do Conselho Nacional de Saúde, e os especialistas em Epidemiologia e Estatística da Escola Nacional de Saúde Pública Carla Nunes e Baltazar Nunes.

Segundo o relatório desta quianta-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS), há 1.184 mortos devido à Covid-19, em Portugal, de 28.319 casos confirmados. Já foram dados como recuperados 3.198 pacientes.