O presidente da Câmara de Lisboa considerou esta quinta-feira que a oposição demonstrou "soberba" com a aprovação, na quarta-feira, de uma proposta para reduzir a velocidade máxima do trânsito e eliminar a circulação na Avenida da Liberdade aos domingos e feriados.
Carlos Moedas falava aos jornalistas à margem da conferência "O Passado, o Presente e o Futuro das Cidades", no âmbito do Salão Imobiliário de Portugal, que decorre na FIL, no Parque das Nações, em Lisboa.
"Foi uma proposta feita pelos vereadores da oposição. Eu votei contra, todos os vereadores dos Novos Tempos [coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança] votaram contra, e penso que é uma proposta que mostra a soberba e que, de certa forma, a própria oposição não está a perceber aquilo que as pessoas querem em Lisboa, que é poder decidir, é poder falar com elas", disse o social-democrata.
O autarca, eleito no ano passado sem maioria absoluta, sublinhou que quer ser "o presidente da câmara que luta pela sustentabilidade, pelas modificações que são precisas de fazer na cidade", mas que não o faz "contra as pessoas".
"Já tive de manhã todas as pessoas da Avenida da Liberdade a perguntar o que vai acontecer, porque vamos fechar a Avenida da Liberdade em dias que têm o comércio aberto. Tudo isto é grave, porque é estar a fazer contra as pessoas. Temos de caminhar para uma cidade mais sustentável, que estamos a fazer em muitos aspetos", referiu.
A Câmara de Lisboa aprovou na quarta-feira uma proposta do Livre que determina a redução em 10 quilómetros/hora (km/h) da velocidade máxima de circulação permitida atualmente e a eliminação do trânsito automóvel na Avenida da Liberdade aos domingos e feriados.
A proposta obriga o executivo a "reduzir em 10 km/h a velocidade máxima de circulação permitida para: 30km/h nas vias de 3.º, 4.º e 5.º nível da rede viária, para 40km/h nas vias de 2.º nível e para 70km/h nas vias de 1.º nível".
Em reunião privada, a iniciativa "Contra a guerra, pelo clima: proposta pela redução da dependência dos combustíveis fósseis na cidade de Lisboa" foi aprovada com sete votos contra da liderança PSD/CDS-PP, duas abstenções dos vereadores do PCP e oito votos a favor, designadamente cinco do PS, um do Livre e um do BE.