Fez história, em 1982, o hino dos aficionados espanhóis de apoio à sua seleção, no ano em que se disputou, no país vizinho, o Campeonato do Mundo de Futebol, que a seleção italiana viria a ganhar, após uma final emocionante realizada no estádio Santiago Bernabéu, em Madrid.
Foi também o ano em que todo o mundo pode acompanhar, deslumbrado, o comportamento da seleção brasileira, considerada então e para sempre, por muitos, como a melhor de todos os tempos, grupo de que também fazemos parte.
A canarinha integrava nesse tempo jogadores de classe extraordinária, tais como, entre outros, Zico, Falcão, Sócrates, Júnior, Eder, Toninho Cerezo e Luisinho.
Afastados por uma matreira e envelhecida formação italiana, num jogo dramático disputado no estádio Sarriá, em Barcelona, destruído pouco tempo depois, os brasileiros regressaram cedo a casa por entre a enorme frustração dos seus milhões de seguidores, os quais ainda hoje se sentem inconformados com esse desenlace.
Nesse Mundial de 1982 a seleção espanhola não chegou às meias-finais, mesmo tendo contado sempre com uma fervorosa falange de apoiantes, que sintetizavam nesse grito – Aúpa Espanha – toda a vontade de que o seu emblema se levantasse e lutasse em busca de um título que, apesar desse apoio, pareceu sempre impossível de alcançar.
Tudo isto para dizer que é esse mesmo grito que agora se levanta em toda a nação benfiquista dirigido à sua equipa que hoje joga em Barcelona, para ali decidir a sua sorte na atual edição da Liga dos Campeões Europeus.
No atual contexto, o Benfica tem condições para não sair da capital da Catalunha de mãos a abanar, e seguir com justificadas aspirações de chegar aos oitavos-de-final.
Provou no estádio da Luz que tem mais capacidade do que o seu adversário, e pode voltar a confirmar logo à noite, em Camp Nou, esse especial atributo.