Governo não renova protocolo com Coleção Berardo em Belém
26-05-2022 - 18:23
 • Ricardo Vieira e José Carlos Silva, com Lusa

Ministro da Cultura anuncia que o executivo decidiu não continuar com a parceria com o colecionador de arte Joe Berardo, iniciada em 2006.

O Governo vai denunciar o protoloco com a Associação Coleção Berardo, que está instalada no Centro Cultural de Belém (CCB), anunciou esta quinta-feira o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.

O acordo de comodato, ao abrigo do qual estão expostas obras no Museu Coleção Berardo, chega ao fim em janeiro de 2023.

O contrato era de renovação automática no final deste ano, mas o Governo decidiu não continuar com a parceria com o colecionador de arte Joe Berardo, iniciada em 2006.

Segundo o ministro da Cultura, em conferência de imprensa, em Lisboa, tal tem “efeito a 1 de janeiro de 2023”. O Governo tinha até 30 de junho para denunciar o contrato, caso contrário este seria automaticamente renovado.

Foi com este protocolo, assinado em 2006, que viria a ser criada a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea — Coleção Berardo, com a participação do colecionador, do Estado, através do Ministério da Cultura, e da Fundação Centro Cultural de Belém, com a missão de criar o Museu Berardo para exibir um acervo inicial de 862 obras da coleção de arte moderna e contemporânea do empresário.

“A partir de 1 de janeiro, o Estado, através da Fundação Centro Cultural de Belém, passará a gerir de novo o espaço do CCB. Desejavelmente, manteremos a Coleção Berardo”, declarou Pedro Adão e Silva.

“Quando os tribunais tomarem uma decisão definitiva sobre quem é o legítimo proprietário da Coleção Berardo, o Estado estará disposto a renegociar um novo protocolo com o legítimo proprietário da Coleção Berardo. No momento atual de grande indefinição judicial, aquilo que nos parece que defende melhor o interesse público é a denúncia do protocolo”, sublinhou.

De acordo com Pedro Adão e Silva, o Governo quer criar um Museu de Arte Contemporânea em Belém.

A Renascença contactou Joe Berardo, que preferiu para já não comentar a decisão do Governo.