O presidente da Conferência Episcopal, D. José Ornelas, diz em declarações à Renascença que não foi notificado pela Procuradoria-Geral da República sobre um alegado segundo caso de abuso sexual no qual é acusado de encobrimento.
Esta segunda situação de alegado encobrimento de abusos está relacionada com um padre em Fafe e é noticiada este domingo pelo jornal "Público".
Sem gravar declarações, o presidente da Conferência Episcopal diz que este caso foi investigado e arquivado em 2015, e acrescenta que a alegada vitima, em tribunal, negou as acusações contra o padre que pertencia à congregação dos dehonianos.
A Conferência Episcopal, entretanto, emitiu um comunicado que visa esclarecer notícias divulgadas pelo jornal Público sobre a abertura de uma investigação do Ministério Público a D. José Ornelas.
"A primeira denúncia do caso do Padre Abel Maia teve lugar em 2003 e foi alvo de uma averiguação interna por parte da Congregação dos Padres Dehonianos, tendo a alegada vítima negado qualquer abuso. A mesma reconfirmou a sua posição, em 2014, em tribunal", começa por alegar a CEP.
A conferência reafirma as declarações de D. José Ornelas de que foi aberta uma investigação interna do caso do Padre Abel Maia pela Arquidiocese de Braga, entidade competente para o fazer em 2014, altura em que o referido padre "já tinha deixado a Congregação dos Padres Dehonianos e já estava incardinado na Arquidiocese".
"Essa investigação, a pedido da Arquidiocese de Braga, foi realizada pelo então Superior Provincial dos Dehonianos em Portugal. Aproveitamos para reiterar a vontade de toda a Igreja em encontrar os mecanismos mais eficazes para erradicar o triste fenómeno dos abusos, em colaborar sempre com as autoridades civis e em escutar as vítimas, e que continuaremos sempre disponíveis para prestar os esclarecimentos necessários", conclui o comunicado da CEP.
O Público escreveu este domingo que José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), está a ser investigado pelo Ministério Público (MP) num segundo caso de alegado encobrimento de suspeitas de abuso sexual de menores envolvendo um padre ligado à Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus a que presidiu.
O MP já investigou este padre pelo menos uma vez e arquivou o processo em 2015. Mas a denúncia agora apresentada não se limita a esse caso passado.
Além do inquérito aberto no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, segundo o Público, também o MP de Braga deu início a uma investigação ao bispo, confirmou o gabinete de imprensa da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O segundo caso, que originou esta nova investigação, diz respeito a um padre português de Fafe, Abel Maia, que pertenceu à Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (padres Dehonianos) até Junho de 2014 e foi afastado da Arquidiocese de Braga por decisão do Papa Francisco, como disse ao Público o cónego João Paulo Alves, chanceler da própria arquidiocese.
Esta segunda investigação, agora no MP de Braga, foi aberta na semana passada, também na sequência da denúncia apresentada à PGR em Setembro, através do chefe da Casa Civil do Presidente da República.
“A participação provinda da Presidência da República foi enviada ao Ministério Público de Braga (secção de Guimarães do DIAP da Procuradoria da República da Comarca de Braga) e ao DIAP de Lisboa, onde foram instaurados os respectivos inquéritos. Os mesmos encontram-se em investigação”, confirmou o gabinete de imprensa da PGR ao Público.
(notícia atualizada às 12h27 com o comunicado da CEP)