O secretário de Estado da Defesa do Consumidor, João Torres, diz que digitalização da economia e o fluxo de informação cada mais rápido e diversificado constituem grandes riscos para a economia, mas destaca que a nova realidade traz "vantagens".
"Hoje, os cidadãos cedem os seus dados em troca de serviços criando novas situações antes desconhecidas. Colocam desafios à compreensão dos direitos e as suas obrigações aos cidadãos", alertou o secretário de Estado.
Mas nem tudo é mau. João Torres ressalta que a transformação digital representa uma grande oportunidade das PME se imporem no contexto internacional e “Portugal não pode deixar escapar estas vantagens”.
Outro orador do segundo dia de trabalhos da C-Days, conferência sobre cibersegurança que está a decorrer no Porto, foi o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, falou de “cidades inteligentes e seguras” e a necessidade das mesmas se conseguirem adaptar à nova realidade.
“A tecnologia está em todo o lado. Tudo exige conetividade” e é nas cidades grandes que se encontram os maiores desafios, lembrou o autarca.
Para o vice-presidente, o “Porto tem avançado imenso” e o autarca realçou o Centro de Gestão Integrada na luta contra os problemas na cidade. Neste centro estão, entre outros, o centro dos comandos da polícia e da gestão de limpezas.
Este centro “usa a tecnologia para ter cidades mais seguras e mais inteligentes” como, por exemplo, monitorizar os caixotes do lixo e o estacionamento indevido das passadeiras.
Os drones também entraram na discussão como ferramentas essenciais e práticas na resolução de problemas. “Não vamos conseguir fugir à velocidade que os drones estão a crescer. Quando tivemos um problema na Ponte da Arrábida, foi um drone que foi utilizado. O mesmo para quando as gruas caíram", recordou.
Mas existe um “senão” ou uma "blackbox", referiu Filipe Araújo: a privacidade dos cidadãos tem que estar salvaguardada.
Além de garantir que o Centro de Gestão Integrada não utiliza imagens fotográfica no processamento de dados, Araújo também salientou a aplicação “Privacy App” que possibilita os cidadãos a procurarem para que serve e a quem pertencem “as camaras e sensores que vemos espalhados pela cidade”.