Trump diz ter evitado cenário de mais de dois milhões de mortos nos EUA
23-09-2020 - 06:49
 • Lusa

"Estamos a destruir o vírus", afirmou o Presidente norte-americano num comício lotado e com muita gente sem máscara. “Ele sempre vai com a máscara”, troçou Trump do rival Biden.

O Presidente dos Estados Unidos disse, na terça-feira (já quarta-feira em Lisboa), que que evitou um cenário de mais de dois milhões de mortos por Covid-19 no país e culpou a China por "deixar a praga escapar".

Questionado sobre as 200 mil mortes causadas pela pandemia nos EUA, superadas na terça-feira, Donald Trump disse que "é uma pena".

"Acho que fizemos a coisa certa e fizemos bem. Teríamos dois milhões e meio de mortes ou algo assim (...). Teríamos um número que seria bem maior (...) Poderíamos ter dois, dois e meio ou três milhões”, afirmou o chefe da Casa Branca.

Na terça-feira, os Estados Unidos ultrapassaram as 200 mil mortes por Covid-19 e elevaram o total de casos para 6,89 milhões, de acordo com a contagem independente da Universidade Johns Hopkins.

“A China deveria tê-lo detido [o novo coronavírus] na sua fronteira. Não deviam tê-lo deixado espalhar-se pelo mundo e isso é terrível”, defendeu Trump, que expressou orgulho por ter ordenado rapidamente o fecho das fronteiras a cidadãos chineses, algo que, no entanto, não serviu para impedir a disseminação do vírus no país.

Num comício no estado da Pensilvânia na noite de terça-feira, Trump não mencionou o facto de os Estados Unidos terem o maior número total de mortes e contágios do mundo, bem como uma das maiores taxas de infeção por 100 mil habitantes. Em vez disso, afirmou: "Estamos a destruir o vírus".

Num comício lotado, onde muitas das pessoas não usaram máscaras ou mantiveram o distanciamento físico, Trump troçou do rival democrata na eleição presidencial de novembro, Joe Biden.

"Ele sempre vai com a máscara. Todo aquele dinheiro em cirurgia plástica para a cobrir com uma máscara", disse.

O saldo provisório de mortes causadas pela pandemia nos Estados Unidos é mais do dobro do limite mais baixo das estimativas iniciais da Casa Branca, que projetava, no melhor dos casos, entre 100 mil e 240 mil mortes devido à pandemia.

O Presidente norte-americano chegou a expressar a sua confiança de que o número final ficaria entre as 50 mil e as 60 mil mortes. Mais tarde, atualizou a estimativa, prevendo até 110 mil mortes, que também foi largamente ultrapassada.

A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 965.760 mortos e mais de 31,3 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.