O líder do PSD, Rui Rio, defendeu esta quarta-feira um aumento do salário mínimo nacional "superior até à inflação", afirmando que deve ser feito um “esforço em concertação social” para chegar a um valor equilibrado.
“Julgo que todos”, quer sindicatos quer entidades patronais, “devem fazer um esforço no sentido de haver todos os anos uma atualização superior até à inflação relativamente ao salário mínimo” nacional, afirmou o social-democrata, em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, à margem de uma visita ao hospital local.
Segundo Rio, o aumento do salário mínimo nacional “é desejável”, mas é preciso “equilibrar a competitividade da economia nacional com a subida”.
“O salário mínimo é muito baixo” em Portugal, frisou, acrescentando que é “das coisas que mais” o “choca do ponto de vista social”.
Afirmando que “deveriam todos [em concertação social] fazer um esforço para chegar a um valor equilibrado” e que “permita paulatinamente ir subindo” o salário mínimo nacional, o ex-presidente da Câmara do Porto salientou, contudo, que “pedir 750 ou 800 euros” é ter “um discurso fácil e irresponsável”.
“Temos de estar sempre do lado do equilíbrio…Temos todos que reconhecer que o salário é muito baixo e todos temos de fazer um esforço para o subir, ao ritmo a que a nossa competitividade permitir, porque se for em overdose é pior a emenda do que o soneto”, porque “geraria desemprego”, defendeu.
O líder da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), Arménio Carlos, exigiu na terça-feira a fixação do salário mínimo em 650 euros em janeiro de 2019, ao discursar na manifestação evocativa do Dia do Trabalhador.
Também o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu na terça-feira um aumento geral dos salários, considerando "um escândalo" que os funcionários públicos continuem sem aumentos e que 600 euros de salário mínimo "não são aceitáveis" no atual quadro.
Marcelo acha permaturo
O Presidente da República considera que é “pôr o carro à frente dos bois” discutir o valor do salário mínimo nacional para 2019.
“Não podemos pôr o carro à frente dos bois antes de sabermos exatamente aquilo que se vai passar a nível europeu, sabendo nós que Portugal tem uma dívida muito, muito elevada ainda é prematuro estar a começar a discutir rubrica a rubrica do Orçamento de Estado”, afirmou o chefe de Estado, durante uma visita ao Mercado Temporário do Bolhão, que abriu hoje ao público, no Porto.
Marcelo Rebelo de Sousa entendeu que, antes de se discutir a fixação do salário mínimo, é necessário “primeiro olhar” para aquilo que é a realidade de Portugal, como é que o mundo e a Europa vão evoluir e, para já, como é que os fundos europeus poderão ser no futuro”.
“E, depois, vamos discutir um bocadinho as finanças portuguesas”, declarou.
No 1.º de Maio, o líder da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), Arménio Carlos, exigiu a fixação do salário mínimo em 650 euros em janeiro de 2019.
“Este movimento de reivindicações e luta é para continuar e ampliar pelo aumento dos salários de todos os trabalhadores, nos setores público e privado, mas também pelo aumento especial do salário mínimo nacional e, assim sendo, a Comissão Executiva e o Conselho Nacional anunciam hoje a reclamação de que, no dia 01 de janeiro de 2019, o salário mínimo nacional deve passar para 650 euros”, disse, na altura.
O salário mínimo nacional subiu este ano para os 580 euros e deverá aumentar em 2019 para os 600 euros.