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O PSD quer que o Ministério Público (MP) abra uma investigação às declarações do ministro das Finanças, Mário Centeno, sobre o processo de resolução e venda do Banif.
Os sociais-democratas consideram que o Mário Centeno prestou falsas declarações na comissão parlamentar de inquérito, quando foi questionado sobre uma alegada interferência no processo de resolução do banco.
Tendo esta comissão poderes judiciais, o deputado social-democrata Luís Marques Guedes lembra que é um crime público, que não precisa de denúncia ou queixa.
Luís Marques Guedes considera que o caso do ministro das Finanças deve servir de exemplo para outras pessoas que venham a ser ouvidas na comissão ao caso Banif.
"Aconteceu com um dos inquiridos, pode acontecer com outro. O que eu quero evitar é que as pessoas achem que podem vir à comissão de inquérito e dizer aquilo que lhes apetece, sem consequências nenhumas", declarou o deputado do PSD.
O grupo parlamentar do PS considera que este pedido de investigação tem apenas como objectivo introduzir um elemento de chicana política no debate.
O deputado Filipe Neto Brandão lamenta esta situação invocada pelo PSD. "Sinceramente, acho que foi uma intervenção escusada. Gostaria que não fossemos por aí, porque prejudicaríamos, seriamente, a isenção com que todos os deputados devem estar nesta comissão".
O presidente da comissão de inquérito, o comunista António Filipe, avisou que não avançará com qualquer tipo de iniciativa junto do Ministério Público.
O PSD quer que a comissão disponibilize, de imediato, toda a documentação e as gravações das duas audições do ministro das Finanças, Mário Centeno.
Os sociais-democratas acusam o governante de prestar "um depoimento falso" durante a primeira passagem pelo Parlamento. Em causa estão declarações sobre o papel do ministro na venda do Banif ao Santander Totta.
Mário Centeno voltou esta semana à comissão de inquérito e argumentou que nunca interferiu nas negociações para beneficiar o Santander Totta.