Alga descoberta em Peniche retarda envelhecimento
16-08-2022 - 17:38
 • Teresa Paula Costa

Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do Politécnico de Leiria quer criar produto cosmético com macroalga. Instituto da Propriedade Intelectual já aprovou pedido de patente.

Uma equipa de investigação do MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do Politécnico de Leiria descobriu que uma macroalga, recolhida na costa de Peniche, pode retardar o envelhecimento da pele.

Segundo um comunicado do Instituto Politécnico de Leiria, “os extratos enriquecidos em florotaninos e outros componentes” de uma macroalga pertencente ao género Fucus, apresentam “um marcado efeito inibidor sobre as enzimas colagenase e elastase, responsáveis pela degradação da matriz da pele e diretamente relacionadas com o processo de envelhecimento cutâneo”.

A investigação incidiu sobre o potencial dermatológico de diferentes ingredientes da macroalga Fucus sp. com os resultados obtidos a demonstrarem “o elevado potencial destes componentes para serem incorporados em formulações dermatológicas”.

O estudo iniciou-se com a recolha da macroalga na costa de Peniche, seguindo-se um processo de preparação da mesma nos laboratórios do MARE - Politécnico de Leiria.

Os componentes bioativos presentes na alga foram posteriormente extraídos com diferentes solventes permitidos na indústria cosmética, de acordo com os referenciais normativos nacionais e europeus em vigor. O processo de extração utilizado permitiu a separação de diferentes classes de compostos, dando origem aos respetivos extratos enriquecidos.

De acordo com a investigadora Alice Martins, citada no comunicado, o extrato enriquecido em compostos fenólico revelou ainda “uma elevada capacidade antioxidante, fotoprotetora e anti-inflamatória em linhas celulares da pele”.

O objetivo passa agora por avaliar a aplicação da macroalga num produto dermatológico que permita retardar o envelhecimento da pele.

O próximo passo, acrescenta a investigadora, envolverá “a otimização de formulações para aplicação tópica, bem como a realização de uma série de ensaios in vivo em voluntários humanos, de modo a avaliar a eficácia e segurança do produto final”, etapas a desenvolver em colaboração com investigadores da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial já aprovou o pedido de patente apresentado pelo MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do Politécnico de Leiria relativo à investigação.

A equipa de investigação do MARE é composta por Alice Martins, Rui Pedrosa, Celso Alves, Joana Silva, Susete Pintéus e Rafaela Freitas.