Putin promete reforçar arsenal nuclear
23-02-2023 - 05:18
 • Marisa Gonçalves com Agências

Em vésperas de se assinalar um ano após a invasão da Ucrânia, o Presidente russo assegura estar a aumentar a produção de mísseis por terra, mar e ar.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, promete atenções centradas no reforço do arsenal nuclear do país, num discurso em vídeo, para assinalar o Dia do Defensor da Pátria.

Depois de ter anunciado a suspensão da participação no último tratado de controlo de armas nucleares, o New START (Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas), Vladimir Putin garante estar a impulsionar a produção “de todos os tipos de armas convencionais”.

“Tal como disse anteriormente, prestaremos maior atenção ao reforço do nosso armamento nuclear. Continuaremos a produção em massa de sistemas de mísseis aéreos hipersónicos Khinzal e iniciaremos o fornecimento em massa de mísseis hipersónicos Zircon disparados a partir do mar. A nossa indústria está agora a impulsionar rapidamente a produção de todos os tipos de armas convencionais”, declarou.

Na mesma mensagem em vídeo, Putin garante “inundar” as forças russas com tecnologia avançada, referindo-se a novos sistemas de ataque e equipamento de recolha de informações, tais como drones.

O Presidente russo elogia ainda os soldados russos que afirma estarem a “combater heroicamente o neonazismo que se enraizou na Ucrânia” e a proteger os “territórios históricos” da Rússia.

As palavras de Vladimir Putin surgem na véspera de se completar um ano desde o início da invasão russa da Ucrânia e no âmbito das comemorações do Dia do Defensor da Pátria, antigo Dia do Exército Vermelho, que se assinala a 23 de fevereiro, numa tradição que remonta ao regime comunista da ex-União Soviética, desde que em 1918 que foram alistados os primeiros voluntários do Exército Vermelho e da Marinha.

Na quarta-feira, numa sessão das Nações Unidas (ONU), ficaram os apelos do Secretário-Geral, António Guterres, a uma “paz genuína e duradoura na Ucrânia baseada na Carta da ONU”, tendo-se afirmado em consonância com o respeito pelas fronteiras ucranianas “reconhecidas internacionalmente”.

António Guterres falou ainda na “grave ameaça que assombra o mundo”, referindo-se à utilização de armas nucleares, o que considera “inaceitável”, e alertando para possíveis consequências de um conflito em espiral.