O primeiro-ministro, António Costa, garante que só soube do memorando de Tancos no dia da demissão do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, um ano depois das armas de guerra terem sido encontradas.
Numa resposta por escrito aos deputados, António Costa explica que recebeu o memorando da Polícia Judiciária Militar (PJM) a 12 de outubro de 2018, dia da saída de Azeredo Lopes.
O primeiro-ministro nega ter sabido antes dessa data da recuperação do material militar na Chamusca, quatro meses depois do assalto aos paióis de Tancos.
Na carta enviada aos deputados, António Costa reconhece que da leitura do documento se indicia que a PJM procurou ocultar à Polícia Judiciária o falso "achamento" do material roubado.
Numa audição parlamentar no dia 7 de maio, o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes disse ter sido informado pelo seu então chefe de gabinete do essencial sobre o aparecimento das armas de Tancos. Mas garantiu que só leu o documento elaborado pela Polícia Judiciaria Militar no dia em que se demitiu, praticamente um ano depois.
O furto do material militar, entre granadas, explosivos e munições, dos paióis de Tancos, foi noticiado em 29 de junho de 2017. Parte do material reapareceu quatro meses depois, na Chamusca, numa operação da Polícia Judiciária Militar (PJM) que está a ser investigada, e vários elementos da PJM e da GNR de Loulé foram constituídos arguidos.