A seleção nacional arranca, nesta quinta-feira, a terceira e última fase de preparação para o Euro 2020, agora na Hungria, onde disputará dois dos três jogos da fase de grupos.
A partir do momento em que aterrar em Budapeste, a comitiva nacional entrará em “bolha”, isolada do exterior exceto em situações pontuais e programadas — situação mais vincada, ainda, pelas medidas de contenção da pandemia da Covid-19.
O sucesso do estágio depende, também, da saúda das relações interpessoais, conforme explica à Renascença João Aroso, que foi adjunto de Paulo Bento na seleção nacional entre 2010 e 2014.
“Há um aspeto essencial que tem a ver com as características pessoais de toda a gente que está nessa ‘bolha’, de jogadores, de ‘staff’, porque todos contribuem para um ambiente mais ou menos positivo. O futebol é um jogo que é jogado e treinado por pessoas e treinado por pessoas, portanto acima de tudo há esta dimensão humana que é muito importante”, refere.
Resultado positivo na estreia para "arejar" ambiente
A questão comportamental será, também, muito influenciada pelos resultados e vice-versa, argumenta João Aroso. O comentador da Renascença para o Euro 2020 sublinha que esse é mesmo o fator “mais determinante” de todos.
Entrar com uma vitória frente à Hungria será importante para gerar “um ambiente muito mais leve e positivo”. Caso contrário, pode gerar-se mau ambiente entre o grupo de trabalho:
“Posso falar da minha experiência no Euro 2012, que foi bem-sucedido mas começou com uma derrota com a Alemanha. Sentia-se alguma tensão nos dias a seguir, sentia-se ansiedade, porque é uma fase de grupos tão curta que um deslize pode ser fatal. A margem é muito curta. Depois, felizmente, as coisas correram bem. O resultado conta muito no estado de humor de todos os elementos do grupo de trabalho.”
Viagens curtas para evitar desgaste ainda maior
A questão logística também afeta o bem-estar do grupo. A seleção nacional vai ficar alojada no Ensana Grand Margitsziget Health Spa Hotel, “resort” de quatro estrelas localizado na ilha Margarida, no Rio Danúbio, que corta Budapeste em dois — flui, precisamente, entre Buda e Pest, as porções ocidental e oriental da capital da Hungria.
Com piscina interior e exterior, “spa” e ginásio, este hotel de Budapeste tem todas as condições para que o isolamento do exterior da comitiva aconteça em total conforto. Nesta entrevista à Renascença, João Aroso indica que o local que se escolhe para estágio é uma questão “importantíssima”. Deve evitar-se, dentro do possível, submeter os jogadores “ao constante desgaste de viagens”.
Na Ilha Margarida, a equipa das quinas terá essa segurança. O hotel dista apenas 3,5 quilómetros do estádio do Vasas SC, o Illovszky Rudolf, que servirá de centro de treinos, e cerca de seis quilómetros da Puskás Arena, em que Portugal disputará dois dos três jogos da fase de grupos. Fica também a somente meia hora do aeroporto.
Portugal está integrado no grupo F do Euro 2020. Estreia-se frente à Hungria, em Budapeste, a 15 de junho, terça-feira, às 17h00. No dia 19, um sábado, à mesma hora, defrontará a Alemanha em Munique, que fica a pouco mais de uma hora de voo de distância da capital magiar. Por fim, a 23 de junho, às 20h00, a seleção nacional medirá forças, novamente em Budapeste, com a França, campeã do mundo e finalista vencida do Euro 2016, que Portugal conquistou.
Todos os jogos de Portugal no Campeonato da Europa terão relato em direto na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.