O hacker RedLive13 anunciou, esta quarta-feira, no Twitter, que a Polícia Judiciária lhe apreendeu quatro telemóveis, três monitores e um computador fixo.
O hacker, cuja identidade é desconhecida do público, esteve no centro das atenções do Youtube português, nas últimas semanas, depois de entrar no site da “Blvck Network” e expor o curso de criptomoedas promovido pelo youtuber Windoh a 400 euros, acusando-o de o “copiar da Wikipédia”.
Na sua página de Twitter, Redlive escreveu que a PJ “decidiu bater-lhe à porta, ameaçando de arrombamento”.
Fonte da PJ disse à Lusa que o streamer de 20 anos foi constituído arguido pelos crimes de "acesso ilegal de conteúdo informático e difamação" e confirmou que lhe foram apreendidos alguns bens. No entanto, não é claro se as apreensões estão relacionadas com o caso do youtuber Windoh ou com a invasão a aulas virtuais no ano passado.
A Renascença contactou a PJ para obter esclarecimentos, mas ainda não obteve resposta.
Já não é a primeira vez que Redlive tem problemas com a justiça. Em abril de 2020, este jovem invadiu aulas virtuais na plataforma Zoom, ridicularizando professores e alunos.
Na altura, a PJ disse ter identificado o hacker, que apagou entretanto os conteúdos publicados no seu canal do Youtube.
“Esta ocorrência, rapidamente comunicada pelo Ministério da Educação, permitiu vir a identificar e localizar o autor de tais factos, indivíduo este que não fazia parte das turmas, cujas aulas foram interrompidas, assumindo que o seu comportamento foi indevido e por isso se disponibilizou a apagar todos aqueles conteúdos que foram publicitados na Internet”, lia-se no comunicado.
No entanto, a Polícia Judiciária afirmava que Redlive ainda poderia “vir a ser responsabilizado penal e civilmente”.
CMVM emitiu alerta sobre empresa denunciada por Redlive13
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) emitiu, na última sexta-feira, um alerta sobre a Blvck network, empresa de que é sócio o youtuber português Windoh e que lançou o curso que gerou polémica.
Depois de Redlive13 ter divulgado o curso, Windoh afirmou que ia reembolsar os 16 clientes que o compraram e disponibilizar o mesmo de forma gratuita.
Num direto promovido por Rui Unas, no dia 4 de março, Diogo Figueiras (Windoh) afirmava que ia "ser tudo resolvido judicialmente”. A Renascença já tinha questionado o youtuber se tinha avançado com algum processo contra Redlive, mas não obteve resposta.
No Twitter, página “Analisador Traders”, que tem promovido os alegados esquemas fraudulentos a envolver influencers, acusa as autoridades de ir atrás de quem denuncia, “enquanto os verdadeiros criminosos andam cá fora”, e afirma estar a tratar de um “GoFundMe”, uma plataforma de crowdfunding, com um advogado, para resolver a questão.