O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, presidiu este domingo à ordenação de quatro novos sacerdotes - os diáconos Pedro Antunes, Miguel Rodrigues e Paulo Pereira e o jesuíta Francisco Cortês Ferreira. Na homilia, D. Jorge refletiu sobre a pandemia e o que é, agora mais do que nunca, exigido ao corpo sacerdotal.
Durante a celebração, que teve lugar na Cripta do Santuário de Nossa Senhora do Sameiro, D. Jorge Ortiga começou por citar as palavras que o Papa Francisco dirigiu aos sacerdotes da diocese de Roma, no dia 31 de Maio de 2020, dia do Pentecostes.
Segundo o arcebispo de Braga, este texto é um "retrato dos tempos em que vivemos" e permite refletir sobre a necessidade de uma Igreja cada vez mais presente. "Estamos cansados de tanta hesitação sobre o que fazer e como fazer. O confinamento fechou-nos e deixamos de sentir os apelos do povo que exige permanente dedicação. Hoje não é momento para cruzar os braços e esperar que tudo mude. O nosso povo está a precisar de uma presença da Igreja mais visível".
Apesar de ser uma tarefa difícil, acredita que "bastará que saibam, por obras e palavras, que não estão sozinhas". Ao longo da homilia, reforçou a ideia de que nunca estamos sós, que Deus nunca abandona o seu povo: "Ele está vivo. Não nos deixa sozinhos. Com Ele teremos de continuar a caminhar. Não isoladamente, mas sinodalmente".
Sob o mote de que “o povo é um só e importa um único corpo para o servir e amar”, realçou que o corpo sacerdotal apenas conseguirá servi-lo através de uma santidade coletiva. "Cada um, sacerdotes e leigos apostando numa aventura de santidade, a renascer quotidianamente pelas interpelações sempre originais da Palavra e pelos direitos do povo de ser amado com o mesmo amor que Cristo dedicou às multidões. Ser um só homem onde todos e cada um são um único homem novo", enfatizou.
Aos novos sacerdotes pede que tratem, continuamente, das suas vidas espirituais e que procurem ser sempre "homens novos". Ressaltou ainda que, antes de poderem exercer as tarefas pastorais, estes têm de "ser seguidores de Cristo", sem espaço para divisões.
Recordou o programa pastoral para o próximo ano - "Onde há amor nascem gestos" -, para salientar que "os gestos são o caminho a percorrer". "Não bastam boas intenções. Um amor com gestos, visível, concreto, em coisas fáceis ou difíceis".
Em nome dos restantes sacerdotes, Pedro Antunes revelou a imensa gratidão que sentem. Além de agradecer a todas as pessoas que acompanharam a cerimónia e a todos os membros que a tornaram possível, o novo padre destacou o agradecimento a Deus.
"Desde logo, temos de agradecer a Deus o dom da vida, essa vida que se concretizou no seio de uma família e de diversos amigos, que, através de muitos sacrifícios, dedicação e serviço, nos mostraram o que é ser amados, nunca desistindo de ser, para cada um de nós, o lugar onde a nossa cabeça e o nosso coração se inclinaram, encontrando ânimo e esperança para o caminho", afirmou.
Por fim, deixou um desejo, que todos "encontrem em Deus acolhimento e refúgio, porque, em Deus, até as aves do céu encontram abrigo e as andorinhas um ninho para os seus filhos".