Um fracasso total. É assim que fontes policiais descrevem os efeitos da lei que proíbe a cobertura da cara em público na Áustria.
A lei tinha como objetivo promover a integração de muçulmanos, evitando que as mulheres desta religião cubram a cara com véus tradicionalmente usados em alguns países de maioria muçulmana, como o niqab e o hijab.
Contudo, desde que entrou em vigor em outubro do ano passado a lei apenas foi invocada quatro vezes pelas autoridades no que diz respeito a cobertura da face por motivos religiosos e esses quatro incidentes foram todos com a mesma mulher.
De resto houve 25 casos de advertências por causa de coberturas faciais. Estas incluem um grupo de turistas asiáticos que estavam a usar máscaras anti-poluição no aeroporto de Viena e alguns adeptos de desportos de inverno que envergavam máscaras de ski.
Um homem foi obrigado a remover uma máscara de tubarão quando fazia publicidade, vestido desse animal aquático, a um restaurante chamado McShark e, num dos casos mais bizarros, um homem vestido do coelho Lesko – mascote oficial do programa de aproximação aos jovens do Parlamento austríaco – foi obrigado a tirar a cabeça do fato, durante uma sessão de filmagens.
Em declarações à revista austríaca “Profil”, um representante do sindicato dos polícias disse que “se o objetivo desta lei era promover a luta contra o islão conservador, apenas posso dizer que foi um fracasso total”.
Na altura em que a lei foi aprovada motivou protestos da comunidade islâmica que argumentou tratar-se de uma medida inútil, uma vez que em todo o país apenas cerca de 150 mulheres usavam véus que tapam a cara, isto apesar de os muçulmanos comporem cerca de 10% da população austríaca.