O jornal “Público” dá destaque à posição expressa ontem por António Guterres, ele que está “pessimista na evolução da tragédia dos refugiados”. O antigo primeiro-ministro e ex-alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados lembra que, em seis anos, o número de refugiados por dia passou de 11 mil para cerca de 42.500. Guterres esteve em Lisboa numa conferência sobre refugiados e traçou um quadro dramático. Afirmou mesmo que “é uma tragédia para a qual não vemos razões para optimismo nos anos mais próximos”. Mais grave - frisou Guterres -, é que as fronteiras antes estavam globalmente abertas para os refugiados ainda no início da década, o que acontece cada vez menos agora, sobretudo entre os países da Europa.
No “Wall Street Journal”, “cresce o dilema da Europa entre imigração e democracia”. Neste artigo lê-se que a crise de refugiados do Médio-Oriente e a caminhada da Turquia rumo ao autoritarismo colocaram a União Europeia diante de um dilema moral: vale a pena proteger as fronteiras sacrificando metas de longo prazo de promoção da democracia e dos direitos humanos? Em causa está o acordo de Março, de retirar a exigência de vistos de entrada de cidadãos turcos na maioria dos países da União Europeia até o fim de Junho e ajudar a Turquia com 3 mil milhões de euros. Em troca, Ancara deve actuar para impedir novas ondas de refugiados, vindos sobretudo da Síria, Iraque, Eritreia e Afeganistão. A Turquia até tem cumprido e a verdade é que a chegada de refugiados à Grécia caiu drasticamente, mas o plano foi interrompido depois do presidente Erdogan ter dito que Ancara não vai alterar a lei antiterrorismo, que é usada para censurar a comunicação social e a Oposição.
No brasileiro “O Globo”, pergunta-se “Por que é que os refugiados não devem ser moeda de troca”. Segundo este artigo, as políticas impedem que os imigrantes ajudem no crescimento dos países que os recebem.
Mudando de tema… no site da revista “Sábado” fala-se das imagens chocantes nos maços de tabaco que chegam esta sexta-feira. Os maços que forem produzidos a partir de hoje têm de incluir uma imagem chocante a cores, que ocupará 65% da embalagem. Os fumadores só deverão começar a vê-las nos maços dentro de um mês, quando estiverem esgotados os “stocks” actuais, produzidos até ontem.
Na edição online do “Expresso”, lê-se que os “Estados-membros da União Europeia falham acordo sobre glifosato”. O comité de peritos não conseguiu ultrapassar divergências, mas a substância pode ser proibida em breve. Na terça-feira, o ministro da Agricultura indicou em Bruxelas que Portugal deveria manter a posição de abstenção quanto à análise da Comissão Europeia sobre o uso de glifosato, um produto para eliminar ervas daninhas. Em causa está a proposta de Bruxelas de utilizar o glifosato por mais 9 anos, mas sem alguns dos componentes considerados cancerígenos.
Por fim, na “Folha de São Paulo”, a União Europeia pode impor uma quota de filmes europeus à Netflix e Amazon. Segundo o jornal brasileiro, os serviços de transmissão de vídeo online como o Netflix e o Amazon Prime devem dedicar pelo menos um quinto dos seus catálogos para conteúdos europeus. A proposta deve ser anunciada na próxima semana.