A operação das autoridades na fronteira do Caia, em Elvas (Portalegre), no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) decorre com "tranquilidade", com a maioria dos cidadãos fiscalizados a rumar a Portugal para "desfrutar" das praias. Segundo as autoridades, desde o início da operação, foi recusada a entrada em Portugal a "sete pessoas" por falta de documentação.
A reposição de controlos documentais nas fronteiras é uma das medidas de segurança inseridas na operação dedicada à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), e vai vigorar até 00h00 de 7 de agosto.
Com início às 00h00, a ação de fiscalização da GNR e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), implicou o desvio para a área de serviço do Caia de todos os veículos que entraram em Portugal pela autoestrada A6.
Em declarações à Lusa, o tenente-coronel da GNR Marco Cruz disse que os militares estão preparados para efetuar o controlo, "de uma forma seletiva", baseado no modelo de análise de risco, de acordo com o conhecimento e experiência das autoridades.
"Não temos nenhuma ocorrência extraordinária a reportar, fizemos um controlo seletivo nos diversos pontos sobretudo nos pontos onde existe uma maior quantidade de pessoas a passar diariamente, mas para já não temos nenhuma situação, tirando alguns autos de contraordenação normais para estes locais", disse.
O oficial apelou ainda aos automobilistas que estejam munidos de um documento de identificação válido, uma vez que desde o início da operação já foi recusada a entrada em Portugal a "sete pessoas" por falta de documentação.
O tenente-coronel indicou ainda que estão mobilizados para a zona da fronteira do Caia, entre militares da GNR e elementos do SEF "cerca de 30" operacionais.
O controlo documental nas fronteiras aéreas, marítimas e terrestres no âmbito da JMJ entrou em vigor às 00h00 e vai ser feito de forma seletiva e direcionado com base em informações e análise de risco.
Muitos dos dos automobilistas fiscalizados na fronteira do Caia rumam às praias
A maioria dos cidadãos, fiscalizados na operação das autoridades na fronteira do Caia, dirigem-se a Portugal para podem "desfrutar" das praias.
Óscar Galhardo Montero, que reside em Badajoz (Espanha) foi um dos automobilistas que os militares da GNR dedicados ao controlo das fronteiras fiscalizaram, desconhecendo que começava este sábado em Portugal esta operação com foco na JMJ.
"Nós (família) vamos para a zona das praias de Setúbal, não sabíamos que esta operação estava a decorrer. Eu concordo com este tipo de ações por parte das autoridades", disse o automobilista, em declarações à agência Lusa.
Manuel Sánchez e a família, que também residem em Badajoz, foram fiscalizados pela GNR e, após essa operação, o automobilista disse à Lusa que ruma a Portugal para "uns dias de descanso" na zona da Costa da Caparica.
Destino diferente tinha Iria Flávia, que reside em Zafra que decidiu entrar pela fronteira do Caia para "poupar duas horas de caminho" rumo à Galiza, tendo sido fiscalizada "sem surpresa" pela GNR e pelo SEF.
"Acho bem que controlem quem entra no país por causa da visita do Papa Francisco. Para mim, esta operação não foi uma surpresa porque sabia, pois tive oportunidade de ler num jornal que esta operação iria decorrer", disse.
A reposição de controlos documentais nas fronteiras permanecerá ativa até às 00h00 horas de 7 de agosto e acontece "a título excecional de forma a acautelar eventuais ameaças à ordem pública e à segurança interna", segundo uma resolução do Governo.
O controlo de fronteiras no âmbito da JMJ, evento que vai decorrer em Lisboa entre 1 e 6 de agosto e contará com a presença do Papa Francisco, estará a cargo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), com a assistência da Polícia de Segurança Pública (PSP) e Guarda Nacional Republicana (GNR), além da eventual colaboração de autoridades de outros países.