O número de mulheres que decidiram abortar em Portugal aumentou em 15% no ano passado.
Segundo a Direção Geral da Saúde, em 2022, foram “realizadas 15.870 interrupções da gravidez (IG) a pedido da mulher em Portugal, números que traduzem um aumento de 15% face a 2021 e que estão em linha com a tendência verificada noutros países da União Europeia”.
De acordo com os dados do Relatório de Análise dos Registos da Interrupção da Gravidez de 2022, publicados esta segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS), “foram registadas 16.471 interrupções, mas a IG por opção da mulher nas primeiras 10 semanas de gravidez manteve-se como principal motivo em todas as idades, representando 96,4% do total”.
Segundo os dados divulgados, 543 interrupções foram motivadas por doença grave ou malformação do nascituro.
A maioria das IG por opção continua a realizar-se nos estabelecimentos de saúde públicos (68,6% do total), sendo que procedimento mais utilizado nestas unidades foi o medicamentoso (98,9%) e, no privado, continuou a ser o cirúrgico (95,3%).
Já o tempo médio de espera entre a consulta prévia e a realização da IG por opção da mulher foi de 6,4 dias (com uma mediana de 5 dias) e a idade gestacional mediana de interrupção manteve-se nas 7 semanas.
Segundo a DGS, as características sociodemográficas das mulheres que realizam IG por opção da mulher não têm variado significativamente.
“O grupo etário que realizou maior número absoluto de IG e onde se registou também maior incidência, continua a ser o dos 20-24 anos, logo seguido dos 25-29 anos. A percentagem de IG antes dos 20 anos manteve os valores de 2021 (8,6%). Nas IG por opção da mulher, à semelhança de anos anteriores, a mediana de idade da mulher manteve-se nos 28 anos”, lê-se no relatório.