Os ministros dos Negócios Estrangeiros do Mercosul (Mercado Comum do Sul) reúnem-se no Rio de Janeiro, esta quarta e quinta-feira, num encontro que deveria servir para finalizar o acordo comercial com a União Europeia (UE). Esta ambição, entretanto, tem sido esfriada devido ao ceticismo demonstrado por alguns líderes políticos.
Antes deste encontro, autoridades e representantes da sociedade civil juntaram-se na Cimeira Social do Mercosul, de segunda a terça-feira, durante a qual, de acordo com a Agência Brasil, a maioria dos representantes da sociedade civil mostrou-se desfavorável ao acordo com a União Europeia, considerado injusto e desigual.
Este mesmo ceticismo esteve patente durante a semana passada, nas declarações, tanto do Presidente francês, Emmanuel Macron, como do chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva.
A acrescentar, o comissário do comércio da União Europeia, Valdis Dombrovskis, cancelou a viagem ao Brasil que tinha previsto para esta semana para finalizar o acordo comercial.
O Presidente brasileiro, Lula da Silva, que marcará presença na quinta-feira, na 63.ª Cimeira de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, admitiu, na semana passada, que UE e Mercosul podem acabar sem consenso, depois de ter afirmado ao longo do ano que ambicionava a assinatura do acordo ainda este ano.
O acordo UE-Mercosul abrange os 27 Estados-membros da UE mais Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.