Nunca tantos médicos estiveram inscritos na Ordem: em 2022 ultrapassaram pela primeira vez a fasquia dos 60 mil clínicos. Em concreto, estavam inscritos 61.235 médicos, quando em 2012 não chegavam aos 45 mil (44.497), o que significa que em 10 anos houve um aumento de 37,6% de médicos inscritos na respetiva Ordem profissional.
O que é certo é que, olhando para os dados relativos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), o aumento não foi tão significativo, ficou-se pelos 28%.
De acordo com os dados que estão no Portal do SNS, na área relativa à Transparência, numa década há mais 6.895 médicos no serviço público, mas inscreveram-se 16.738 na Ordem, ou seja, há cerca de 10 mil profissionais (9.843), que não entraram no SNS.
Quanto às horas extraordinárias feitas pelos médicos, numa década mais do que duplicaram, passando de 5, 6 milhões de euros, em 2012 para 13,5 milhões de euros, em 2022. Este ano, até agosto, o SNS já acumulou mais de 12 milhões de horas extraordinárias.
António Costa, num artigo de opinião publicado esta segunda-feira no jornal Público, defendeu que é necessário reduzir o recurso excessivo a horas extraordinárias no Serviço Nacional de Saúde, considerando que é um problema dos profissionais que as fazem, mas também do próprio sistema.
Para o primeiro-ministro, este problema resolve-se com a criação de mais cursos de medicina e de mais vagas nas universidades.
De acordo com os dados divulgado no Portal do SNS, em outubro havia 1,6 milhões de portugueses sem médico de família atribuído. Trata-se do valor mais alto desde 2016.