A estrutura da Proteção Civil para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) pode chegar aos 25 mil bombeiros, revelou esta quinta-feira o presidente daquela entidade, garantindo que este dispositivo será independente dos meios afetos ao combate aos incêndios rurais.
O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Duarte Costa, acompanhado pelo comandante nacional, visitou hoje de manhã a sede do Comité Organizador Local (COL) da JMJ, no Beato, em Lisboa, quando faltam dois meses para o encontro mundial que vai reunir mais de um milhão de pessoas na capital portuguesa.
Em declarações aos jornalistas, Duarte Costa avançou que os 25 mil bombeiros pertencem às corporações de bombeiros voluntários.
“O reforço de meios está a ser preparado. Há uma primeira estrutura que já está programada, planeada e financiada para poder atuar”, disse o presidente da ANEPC, precisando que o dispositivo da Proteção Civil pode incluir até 25 mil bombeiros e até dois mil agentes de outras forças, que “só atuarão naquilo que será a necessidade para cada uma das áreas de esforço e de stress”.
Duarte Costa sustentou que a ANEPC tem preparado “um dispositivo discreto que irá cumprir a sua missão com a descrição suficiente para não causar pânico”, mas, caso seja necessário utilizar mais meios, já recebeu garantidas do Governo, quer de financiamento, quer de forças.
Segundo o responsável, o financiamento do Governo tem uma base de cerca de meio milhão de euros, mas “é apenas um orçamento indicativo, que não está fechado, nem é o final”.
“Como é óbvio será acomodado com tudo aquilo que for necessário adquirir ou compor ou chamar mais agentes para a região de Lisboa”, frisou.
Como a JMJ, que se realiza entre 01 e 06 de agosto, coincide com a época mais crítica de incêndios rurais, o presidente da ANEPC afirmou que foi necessário “compatibilizar duas situações complexas que eram as jornadas e o dispositivo” para os fogos.
De acordo com Duarte Costa, a ANEPC foi buscar outros elementos aos corpos de bombeiros e ao INEM para dar resposta à JMJ, que terá um dispositivo “agregado e vincado”.
“Não vamos canibalizar nenhum dispositivo de uma área para acorrer a outra. Temos, neste momento, dois dispositivos montados. Um dispositivo vincado para os incêndios rurais, que está fixo e não muda, e, por outro lado, tivemos que construir um outro dispositivo que tem a ver com a JMJ”, explicou.
O presidente da ANEPC salientou que os meios vão estar em Lisboa, perto da capital e nas bases que “serão as necessárias para se criar respostas imediatas em caso de necessidade”.
“Se não for necessário, não vão estar em Lisboa”, disse, dando conta que há uma primeira camada de meios que estão instalados na Área Metropolitana de Lisboa e que “normalmente são aqueles que respondem às situações de maior risco para a questão da segurança na perspetiva de proteção da população”.
Duarte Costa avançou que “há outra tipologia de forças deslocalizadas” perto da região de Lisboa que, em caso de necessidade, possam ser agregadas e direcionadas para a capital.
O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna é o responsável pelo controlo e coordenação de todas as entidades envolvidas na segurança e proteção da JMJ, que estão a trabalhar em conjunto com a ANEPC, PSP, GNR e INEM.
Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se entre 01 e 06 de agosto em Lisboa, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
A edição deste ano contará com a presença do Papa Francisco, que estará em Portugal entre 02 e 06 de agosto.
A JMJ de Lisboa esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia da covid-19.