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Castelo Branco é mais um dos municípios portugueses que está disponível para receber refugiados ucranianos. Em entrevista à Renascença, o presidente da autarquia, Leopoldo Rodrigues, revelou que há disponibilidade imediata para acolher “entre 120 e 130 pessoas”, que poderão ficar alojadas no Seminário de Alcains e nalgumas residências da autarquia.
Também há particulares que estão a oferecer alojamentos. “Estamos a fazer o levantamento das disponibilidades”, indica o autarca, de cujo município está disponível para conduzir o processo “de forma ordenada”, em coordenação com o Alto Comissariado para as Migrações e o Governo.
No terreno, o trabalho está a ser desenvolvido também com a colaboração da Caritas Interparoquial e da Associação de Desenvolvimento Amato Lusitano.
Leopoldo Rodrigues frisa que quer “que a integração seja feita de forma digna e que as pessoas se sintam inseridas na sociedade”.
Além de atender às necessidades básicas de acolhimento e alojamento, esta integração implica igualmente a regularização com direito a Número de Identificação Fiscal, Segurança Social, Serviço Nacional de Saúde e acesso a emprego.
Num concelho com manifesta falta de mão de obra em setores como a hotelaria, restauração e algumas áreas fabris, o presidente garante que há condições para que muitos destes refugiados tenham trabalho muito rapidamente.
“Ainda ontem o diretor da APTIV, uma empresa alemã de fabrico de cablagens para automóveis instalada no concelho, me reafirmou que precisa de contratar entre 150 a 200 pessoas até ao fim do ano. E esta pode ser uma solução para muitas destas pessoas que chegam da Ucrânia, nomeadamente para as mulheres”, refere o presidente do município.
Entretanto, já esta semana a câmara reuniu com algumas dezenas de membros da comunidade ucraniana residente em Castelo Branco. Entre eles, há dois médicos que pertencem à Unidade de Saúde Familiar e que se disponibilizaram para fazer a avaliação clínica junto de cada refugiado e das suas necessidades.
Em simultâneo, há contactos da autarquia com o Instituto de Emprego e Formação Profissional para agilizar a organização de cursos de português, “de forma a que estas pessoas possam ter uma vida relativamente normal e se integrem o melhor e mais rapidamente possível na comunidade albicastrense”.
Leopoldo Rodrigues revelou ainda à Renascença que a câmara já se disponibilizou para, se for necessário, organizar um transporte para ir à Polónia e trazer familiares e conhecidos dos ucranianos que já vivem em Castelo Branco.
“Não é um trabalho para ser feito por impulso, tem de ser pensado e coordenado”, sublinha o autarca.