As restrições aos direitos das mulheres no Afeganistão continuam, no mesmo dia em que as mulheres políticas afegãs saíram às ruas para protestar pelos seus direitos.
O novo presidente da câmara de Cabul, Hamdullah Nomany, nomeado pelos talibãs, afirmou este domingo que as mulheres que trabalhem no município devem ficar em casa, a não ser que nenhum homem possa preencher a sua vaga.
Os talibãs prometerem durante a tomada de posse do país que iriam respeitar os direitos das mulheres "dentro da lei islâmica", mas têm contrariado completamente essa promessa, proibindo a entrada de raparigas nas escolas secundárias (que reabriram este fim-de-semana) e nas universidades, e restringindo o acesso ao trabalho.
Aliás, este fim-de-semana nem mesmo as professoras puderam voltar às escolas - mas o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, garantiu que as escolas para raparigas seriam abertas.
Segundo a BBC, trabalham na Câmara Municipal de Cabul mil mulheres - um terço dos trabalhadores do município. Mas o novo autarca reafirmou que "para as posições que outros homens possam preencher, dissemos às mulheres para ficar em casa até a situação estar normalizada".
E para tentar tranquilizar as trabalhadores, Nomany prometeu que a ausência seria paga.
O protesto deste domingo pelas mulheres políticas também apontou o dedo à conversão do Ministério dos Assuntos Femininos para o novo Ministério da Prevenção do Vício.
A manifestação foi reprimida pelos talibãs, desta vez sem violência, ao contrário do que tem ocorrido em protestos semelhantes onde mulheres têm sido agredidas pelo regime.