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O Presidente ucraniano coloca Portugal num grupo de países europeus que têm sido mais relutantes em tomar decisões no apoio à Ucrânia. Foi num discurso que fez nas últimas horas perante o Conselho Europeu reunido em Bruxelas.
Volodymyr Zelenskiy, através de videoconferência, falou dos 27 países, destacando o papel que cada um tem sido a favor da Ucrânia, com críticas muito especiais à Hungria pela posição neutra, mas também com elogios a diversos países.
Quanto a Portugal, estendendo os braços e com as mãos abertas, não deixou de sublinhar algumas reticências.
“A Bulgária está connosco; a Grécia eu acredito que nos vai apoiar; a Alemanha está um pouco atrasada; Portugal… bem, está quase; a Croácia está connosco; Suécia - o azul e o amarelo - estão sempre juntos”, disse Zelenskiy.
O Presidente ucraniano aproveitou a oportunidade para descreveu a destruição causada pelas tropas militares de Vladmir Putin ao seu país e disse também aos líderes europeus que “agiram tarde para deter a invasão da Rússia”, que já dura há um mês.
Volodymyr Zelenskiy ressaltou, por exemplo, que se o gasoduto Nord Stream 2 tivesse sido bloqueado anteriormente, “a Rússia não teria criado uma crise de gás”.
O presidente da Ucrânia implorou ainda ao 27 que permitam a adesão imediata da Ucrânia à União Europeia.
"Aqui eu lhes peço, não se atrasem”, disse.
No final do primeiro dia de cimeira, que decorre em Bruxelas, os 27 aprovaram a criação de um fundo de solidariedade com a Ucrânia tendo em conta a destruição causada pela invasão russa.
Os Estados- membros anunciaram também a realização de uma conferência internacional para angariar financiamento.
“Tendo em conta a destruição e as enormes perdas causadas à Ucrânia pela agressão militar russa, a União Europeia está empenhada em prestar apoio ao governo ucraniano para as suas necessidades imediatas e, uma vez cessada a ofensiva russa, para a reconstrução de uma Ucrânia democrática”, lê-se nas conclusões adotadas já de madrugada pelos 27.
A União Europeia deixou ainda claro que está pronta a acionar mais sanções contra Moscovo e que aguarda pelo parecer da Comissão Europeia sobre o pedido de adesão da Ucrânia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que causou, entre a população civil, pelo menos 1.035 mortos, incluindo 90 crianças e 1.650 feridos, dos quais 118 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,70 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.