A líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, considera que a reação de José Sócrates às afirmações de Fernando Medina sobre a Operação Marquês são uma “tremenda injustiça”.
Na terça-feira, no habitual espaço de comentário na TVI, o presidente da Câmara de Lisboa referiu que as suspeitas que recaem sobre o antigo primeiro-ministro, principal arguido deste caso, minam a confiança dos portugueses e corroem a democracia.
Sem nunca se referir diretamente ao nome de António Costa, Sócrates usou na TVI a expressão “canalhice” para classificar as afirmações do autarca de Lisboa que, segundo o principal arguido da Operação Marquês, foram proferidas a mando da "liderança do PS".
“O essencial não é esse personagem [Fernando Medina]: falemos, portanto, do mandante que é a liderança do PS e a sua direção. E essas declarações dizem tudo sobre o que realmente pensa o Partido Socialista, ou melhor, a sua direção. O que a direção do PS acha é que pode e deve fazer uma condenação sem julgamento, sem defesa, esquecendo o princípio da presunção de inocência. Essas declarações são de uma profunda canalhice”, atacou Sócrates.
A resposta de Ana Catarina Mendes ao antigo primeiro-ministro surgiu quase de seguida, no pograma Circulatura do Quadrado, da TVI.
A líder parlamentar socialista considerou “uma tremenda injustiça” o ataque de Sócrates, “quer à direção do PS, quer ao próprio António Costa, considerando-o como um traidor, não só na entrevista de hoje, como nos últimos dias”.
Ana Catarina Mendes contrapôs, ainda, a acusação do antigo primeiro-ministro de que o PS o teria abandonado ou esquecido, aquando a sua detenção, em novembro de 2014.
“O PS nunca apagou a história do seu partido e, felizmente, sabe que José Sócrates deu a primeira e única maioria absoluta ao partido, foi secretário-geral, foi primeiro-ministro e entende que, em processo judicial, e desde o início, há quase sete anos, sempre disse que deixaria o processo correr na justiça, deixando-a fazer o trabalho que tem de fazer”, disse a líder da bancada do PS.
E aconselhou ao “recato” de José Sócrates, apesar de entender a vontade de haver uma entrevista e de não ter “nada contra” o facto de a TVI a ter feito.