Sindicato exige que BCP atualize tabelas salariais "de forma justa e razoável" depois de lucros
04-08-2023 - 13:51
 • Lusa

Quadros e Técnicos Bancários diz que existem todas as condições para que o banco valorize os seus trabalhadores, depois deste ter registado mais de 350 milhões de euros de lucro.

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) exigiu esta sexta-feira ao Millennium BCP que atualize "de forma justa e razoável" as tabelas salariais dos seus trabalhadores, atendendo aos "excelentes resultados do banco".

"Perante os resultados semestrais apresentados pelo Grupo BCP e com a inflação a dar sinais de resistência este ano, o SNQTB afirma que existem todas as condições para que o BCP valorize os seus trabalhadores, nomeadamente atualizando as suas tabelas de remuneração e demais cláusulas de expressão pecuniária em valores não inferiores aos do restante setor bancário", refere o sindicato em comunicado esta sexta-feira divulgado.

No documento, o sindicato regista que o BCP apresentou na semana passada um resultado líquido de 423,3 milhões de euros, 353,7 milhões dos quais na atividade em Portugal.

Assim, e salvaguardando que o grupo tem problemas "noutras geografias", o sindicato aponta que "nada impede que os trabalhadores em Portugal vejam reconhecido o seu esforço e que sejam compensados devidamente por isso".

O SNQTB regista que, quando a atividade portuguesa "atravessou dificuldades", os trabalhadores do grupo noutros países "não deixaram de ter atualizações salariais e de beneficiar da normal progressão de carreira".

"Neste contexto, o SNQTB tem estado a desenvolver todos os esforços para que o BCP atualize as tabelas salariais e demais rubricas de expressão pecuniária em linha com os valores já acordados na mesa negocial da Associação Portuguesa de Bancos, bem como no sentido de assegurar que nenhum dos níveis remuneratórios fique abaixo do Acordo Coletivo de Trabalho do setor bancário", garante o sindicato no comunicado.

No documento, o sindicato insiste que a administração do BCP teima em "manter uma proposta de três pontos percentuais", contra um aumento de pelo menos 4,5% em quase todo o setor.

"É irrazoável, desvalorizador dos trabalhadores e um golpe na sua lealdade e profissionalismo", critica o SNQTB.