Numa campanha que tem tido o Serviço Nacional de Saúde como um dos temas principais, a campanha do candidato do PS António Costa foi a Évora mostrar obra no setor. O novo hospital já está em marcha e deve estar concluido em dois anos.
Entre avanços e recuos, depois de muitas promessas, finalmente, está em curso com as escavações e movimentação de terras, a obra de construção do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora, num investimento total de cerca de 210 milhões de euros.
Um trunfo que António Costa usou ao quinto dia de campanha, na passagem da caravana socialista por Évora.
“Finalmente, quebrou-se o enguiço. Foi possível encontrar os recursos financeiros, fazer os concursos para os projetos e ter a empreitada em curso”, realçou o secretário-geral do Partido Socialista, que agradeceu a todos a “paciência”, porque ao “longo de décadas” viram “frustrada esta expetativa”.
No final da visita às obras no novo hospital, depois de uma manhã dedicada ao contato com a população, Costa afirmou que já se vê “uma luz ao fundo do túnel e brilha mesmo para todos”, por isso, há que “ter confiança e esperança que no final de 2023, principio de 2024, a obra está concluída, com condições para termos aqui um hospital que sirva, não só a cidade de Évora, mas todos os alentejanos, seja os do alto ou baixo Alentejo, pois este é um hospital central para todos”.
A futura unidade hospitalar vai ocupar uma área total de 25 hectares, com dois acessos independentes: um a norte e outro a sul.
“Esperamos vir a ter um hospital altamente diferenciado, tecnologicamente evoluído e que possa dar resposta às necessidades, agora noutras condições”, sublinhou, a presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, Maria Filomena Mendes, na apresentação do projeto.
A obra começou no final de agosto do ano passado, está a decorrer “a bom ritmo” e, segundo a responsável, espera-se que em “finais de 2023, princípio de 2024, possamos proceder à transferência do velho para o novo hospital, o que será mais um desafio”.
A capacidade desta unidade é de 360 camas em quartos individuais, mas se for necessário pode ser aumentada para 480.
Os cuidados intensivos/intermédios vão contar com três dezenas de camas e os cuidados paliativos com 15. A nova unidade vai ter, entre outras valências, 11 blocos operatórios, três dos quais para atividade convencional, seis para ambulatório e dois de urgência, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro.
“Com as novas instalações, vamos conseguir dar uma resposta que agora não conseguimos dar, digna dos nossos profissionais e dos nossos utentes e, mais do que isso, vamos conseguir atrais jovens na área da saúde, porque este é um hospital moderno, com todas as comodidades, não há outro como este no Serviço Nacional de Saúde (SNS), e vai servir a nossa população nas próximas décadas”, assinalou, Maria Filomena Mendes.
António Costa aproveitou para recordar que nos últimos seis anos, o SNS foi dotado, “entre os que saíram e os que entraram” de mais 28 mil profissionais.
“Ainda agora, a 1 de janeiro entraram ao serviço mais 2.204 médicos com formação geral. Este é um esforço que temos de continuar. Continuar a investir nas carreiras, o que implica também haver projetos mobilizadores que atraiam os melhores profissionais de saúde para o SNS”, referiu, classificando o novo hospital de “equipamento âncora”.
“Âncora porque vai ajudar a concretizar um outro projeto que está em curso com a Universidade de Évora, que é a criação, aqui, de uma Faculdade de Medicina”, lembrou.
O projeto é um “dois em um”, segundo líder socialista, uma vez que “vai criar melhores condições de saúde e criar melhores condições para o ensino da medicina em Portugal”.
Antes de concluir a jornada em Reguengos de Monsaraz, onde visitou a CARMIM, a Cooperativa Agrícola local, Costa e a comitiva passaram pelo Bloco de Rega de Évora, no concelho eborense, com três mil hectares, inserido no subsistema do Alqueva, num investimento de 14 milhões de euros.
“A água do Alqueva está a chegar ao distrito de Évora, este bloco já regará na próxima primavera, trazendo os seus benefícios, a água e o regadio”, diz à Renascença, Capoulas Santos, cabeça de lista do PS por Évora.
“Hoje há uma preocupação com uma agricultura rentável, mas também sustentável, aproveitando este recurso que, até o Alqueva existir, era um recurso que se perdia e que agora armazenando-o, podemos transformá-lo em riqueza, com uma agricultura pujante e com uma enorme vocação exportadora”, destaca o antigo ministro da Agricultura.
Este bloco de rega está equipado com um reservatório semi escavado e impermeabilizado, tem um volume útil de 50 mil metros cúbicos, uma rede de rega com cerca de 20 quilómetros, 25 hidrantes e 45 bocas de rega.
Em 2019, o PS conseguiu 38% dos votos no distrito de Évora e elegeu dois deputados, dos três possíveis. O terceiro pertence à CDU.