O Partido Comunista Português (PCP) deixa duras críticas à intenção da Comissão Europeia de propor o fim da mudança da hora, com base num inquérito respondido por 4,6 milhões de pessoas.
“A pretensão anunciada pela Comissão Europeia de propor o fim da mudança da hora, a coberto de uma suposta consulta pública, invocando razões de interesse ‘do mercado interno’ e comércio transnacional é expressão, mesmo em matérias como esta, de conceções federalistas inaceitáveis”, acusa o PCP, em comunicado.
O partido liderado por Jerónimo de Sousa contesta o inquérito que serve de argumento para a proposta do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
“O argumento usado pelo presidente da Comissão Europeia de que ‘quando se consulta os cidadãos sobre algo, convém de seguida fazer aquilo que desejam’ só pode ser lido como exercício de cinismo”, refere o PCP.
Para os comunistas é “conhecido o desrespeito da União Europeia pela vontade expressa pelos povos, como historicamente se verificou, e verifica, seja em referendos nacionais, como sucedeu na Dinamarca, na Irlanda ou na Grécia”.
A concluir, o PCP defende que deve ser Portugal a determinar se quer ou não manter a mudança da hora.
“Cada Estado, a começar pelo nosso País, deve ter o poder soberano de fixar a hora de acordo com os seus interesses específicos, a sua geografia, ritmos e organização de vida individual e coletiva, que nos planos social, cultural e económico, melhor correspondam às necessidades de cada Povo”, rematam os comunistas.