A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, diz que o partido está a negociar com o Governo do PS um aumento de 10 euros para as pensões mais baixas.
"Nós não tratamos pensões altas da mesma forma como tratamos pensões mais baixas. É uma questão de justiça e achamos do ponto de vista das pensões até aos 600 e poucos euros que precisam de ter um aumento real e 10 euros parece-nos um valor adequado", afirmou Catarina Martins.
Referindo que o BE tem uma posição diferente da do Partido Socialista sobre as pensões, em que os bloquistas defendem "um processo de convergência das pensões mais baixas mais acelerado", Catarina Martins não deixou de classificar a proposta de 10 euros de aumento como "tímida".
"A proposta de 10 euros é uma proposta tímida face às necessidades, é uma proposta com que estamos a trabalhar, mas sendo uma proposta tímida poderá ter impacto na vida das pessoas", considerou.
A dirigente do BE falava aos jornalistas na Madalena, ilha do Pico, onde se encontra para assinalar o arranque da campanha para as eleições legislativas regionais dos Açores de 16 de Outubro.
A proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2017 deverá dar entrada na Assembleia da República a 14 de Outubro e Catarina Martins reconheceu que o tema das pensões ocupa uma "boa parte" das negociações que estão a decorrer com o Governo do PS no âmbito do Orçamento.
O primeiro-ministro, António Costa, já prometeu que será um Orçamento de continuação da "viragem e nunca de retrocesso face à trajectória que tem vindo a ser seguida".
Apesar de ter recusado discutir "avulsamente" propostas antes de ser conhecido o documento, ao longo das últimas semanas o próprio primeiro-ministro foi falando sobre algumas medidas, admitindo, por exemplo, um aumento das pensões, sobretudo das mais baixas.
A actualização das pensões mínimas além da inflação, alterações aos escalões do IRS e a progressividade nesse imposto, são duas das medidas que o BE já revelou estarem a ser estudadas com o Governo no âmbito das negociações do OE para 2017, assim como matérias tão diferentes como o ensino superior, a energia, a habitação e o combate à precariedade.
Também o PCP já tornou pública a reivindicação de um aumento "não inferior a 10 euros" de pensões.