O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, admite estar profundamente “perturbado” com o anúncio de Israel, que diz que irá fechar totalmente o acesso à Faixa de Gaza.
Numa declaração rápida, de pouco mais de cinco minutos, António Guterres falou pela primeira vez deste o início do conflito. O alto responsável da ONU lembra que a “situação humanitária em Gaza já era muito crítica”, antes do ataque de sábado do Hamas contra Israel, e que tenderá a piorar com o confinamento decretado.
Guterres apela, por isso, a israelitas e palestinianos para permitirem o acesso do pessoal das Nações Unidas a Gaza. “A ajuda com a entrada de bens essenciais deve ser facilitada”, refere o secretário-geral, que lembra que é necessário deixar entrar alimentos e medicamentos.
Para fora, o secretário-geral das Nações Unidas deixou um “apelo à comunidade internacional para reunir esforços para a ajuda a Gaza”.
No sábado, o grupo islâmico Hamas lançou um ataque por ar, terra e mar que apanhou Israel de surpresa. A operação fez centenas de mortos. Do lado de Israel estão confirmados 500 mortos e 2.500 feridos.
Na resposta, Israel bombardeou várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza e anunciou que o país está em guerra.
“Infelizmente estes números podem aumentar porque os ataques continuam e há ainda muitas vítimas por contabilizar”, lamenta António Guterres sobre as vítimas das duas partes. Numa altura em que pede a libertação dos reféns israelitas, onde se incluem “mulheres, crianças e idosos”, Guterres lembra que os civis devem ser respeitados.
As razões das duas partes
Na primeira vez que fala sobre o assunto, António Guterres diz que reconhece “a legitimidade das queixas dos palestinianos”, mas sublinha que “nada justifica estes atos de terrorismo e a morte de civis”, por isso, o secretário-geral da ONU reitera o seu “apelo para que parem imediatamente estes ataques e libertem todos os reféns”.
Face à resposta de Israel, o responsável da ONU diz reconhecer também a “legitimidade de Israel com as questões de segurança”, mas alerta as autoridades que “as operações militares devem seguir a legislação humanitária internacional”.
Estou alarmado com o relato de que 500 palestinianos, incluindo crianças e mulheres foram mortos em Gaza, e há 3 mil feridos”, apontou Guterres que concluiu “os civis devem ser respeitados e protegidos sempre. Os alvos civis não podem ser atacados”, sublinhou