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A Direção-Geral da Saúde (DGS) admitiu, esta semana, que pode reduzir de 14 para dez dias o período de quarentena para quem tem Covid-19, à semelhança do que já acontece noutros países.
A medida está a ser estudada e deve ser aprovada em breve, explica à Renascença o médico pneumologista e conselheiro da DGS Filipe Froes.
O especialista diz que já existem provas de que, depois dos dez dias de isolamento, deixa de haver perigo de contágio.
O conselheiro da DGS adianta que esta redução só pode ser aplicada em casos específicos e com critérios médicos rígidos, ou seja, para quem depois de um teste positivo tenha sintomas ligeiros da doença, que não seja imunodeprimido e que esteja há, pelo menos, três dias sem febre.
“Se estiverem mais de três dias sem febre e uma resolução clínica persistente e mantida, esses indivíduos, ao fim de dez dias, não constituem perigo, nem para eles, nem para a população e podem retomar a sua atividade laboral”, sublinha Froes.
Com a redução do período de quarentena há ganhos a dobrar, avança o médico, poupando-se nos testes e reduzindo-se a pressão sobre as empresas, “ao recuperar quatro dias de retorno à atividade laboral”.
“Isto tem impacto no retorno à atividade laboral e tem impacto na diminuição dos testes, mas é uma decisão final da autoridade nacional de saúde, em articulação com o Ministério da Saúde”, remata.
Quanto aos casos suspeitos, os que estiveram em contacto com pessoas que tiveram a confirmação de estarem infetadas, o tempo de quarentena vai, para já, manter-se nos 14 dias.
O especialista entende que é a forma mais segura de agir, porque “o período de encubação vai até 14 dias e, em alguns casos, até pode ser mais. Significa que estas pessoas podem desenvolver a doença nesse período. Nos confirmados, já desenvolveram a doença, portanto, nós temos uma data para começar a contar em relação ao início dos sintomas”.