Santana Lopes diz não a Governo com Costa. “Estamos completamente longe”
12-07-2019 - 12:13
 • Renascença

O líder do partido Aliança esteve nas Três da Manhã para falar do seu périplo pelo país, a recolher ideias de carrinha “pão de forma” para preparar as eleições de outubro.

Com António Costa não. Pedro Santana Lopes garante que “nunca viabilizaria um Governo liderado por António Costa, porque estamos completamente longe e distantes em matéria política”.

Entrevistado esta sexta-feira de manhã na Renascença, o líder do Aliança diz que trabalha para construir uma alternativa de centro-direita e recusa a ideia de negociar com o PS, mesmo que isso garantisse uma maioria de governo.

“Era preciso ele [Costa] mudar sei lá quantos graus, era preciso ele mudar muito e não acredito que isso aconteça. Ele tem o seu caminho, nós temos o nosso”, afirma.

O presidente do Aliança dedica esta semana ao debate das questões da saúde e fala em caos. Diz que falta dinheiro para resolver os problemas do Serviço Nacional de Saúde e defende seguros de saúde para todos os portugueses.

“O Serviço Nacional de Saúde, o que faz, tem de começar a ser pago. Na generalidade dos países europeus, é obrigatório todos os cidadãos terem um seguro de saúde”, começa por dizer.

“Cá tem-se falado muito na ADSE, que é um seguro social para os funcionários públicos e suas famílias, em que as pessoas descontam 3,5%, ou então um seguro de saúde”, continua, lembrando que “metade dos portugueses não paga IRS”.

“Quem não pagar, tem de ser o Estado a fazer o pagamento do seu seguro de saúde, mas o cidadão” deve saber quanto custou a sua consulta ou tratamento. E depois paga com o seguro, defende.

“Levanta-te do sofá” é o nome da iniciativa do Aliança, que tem levado Pedro Santana Lopes a percorrer o país numa carrinha tipo "pão de forma", à procura de sugestões, numa altura em que a pré-campanha eleitoral para as legislativas já mexe.

Mas Santana diz que agora não pede votos a ninguém. “Não vou abusar das pessoas nem falo dos votos nem deixo ninguém à minha volta pedir para votar seja no que for”, garante no programa As Três da Manhã, esta sexta-feira.

No final da entrevista, o líder do partido respondeu às questões da Joana Marques.

O Aliança vai fazer a Festa da Liberdade na mesma data da Festa do Avante. A minha pergunta é se querem roubar-lhes público ou, pelo contrário, querem garantir que os comunistas estão entretidos e não aparecem na festa.

As pessoas até poderão ir às duas, espero. Dá muito trabalho e não queremos desafiar essa festa de extraordinárias tradições. Mas, à Festa do Avante vão muitas pessoas que não são comunistas e espero que comunistas também possam vir à nossa. Vai ser uma festa bonita, de tradições portuguesas, mostrando a identidade cultural de todo o país, também com música, gastronomia, folclore, de tudo um pouco. Mas vai ser uma festa nada atrevida ao pé do Avante. Temos de respeitar quem sabe.

Qual agora a sensação de ter perdido as diretas para Rui Rio? É mais ou menos como quando o Sporting perdeu a Taça com o Desportivo das Aves?

Não. Acho que a surpresa foi menor. O Sporting aí estava numa fase muito complicada. Acho que a surpresa foi menor, ele [Rio] era um candidato forte, tinha muita expectativa em cima de si, portanto não.

Quando deixou de ser primeiro-ministro, seguiu-se-lhe José Sócrates; quando abandonou o partido deixou Rui Rio na liderança. Quer dizer que sempre que sai dos sítios dá azar?

Isso deixo à reflexão de todos. É uma boa reflexão sobre o voto.