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O Infarmed e a Direção-Geral de Saúde (DGS) informaram, este domingo, que a vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca continuará, enquanto decorre investigação, a ser administrada em Portugal, apesar de terem sido reportados dois casos de reações adversas.
Em comunicado conjunto, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde e a DGS confirmam que receberam "notificação de dois casos" de reações adversas, "sendo que não apresentam o mesmo padrão clínico" - isto é, são diferentes - dos reportados noutros países.
"A DGS e o INFARMED, I.P. informam que, com base nos dados atualmente disponíveis e enquanto decorre a investigação, se mantém válida a informação emitida, podendo a vacina continuar a ser administrada", pode ler-se na nota oficial das duas autoridades de saúde.
O Infarmed e a DGS asseguraram, no sábado, que os lotes da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 suspeitos de estarem relacionados com eventos tromboembólicos, "não foram distribuídos para Portugal".
Ainda não há provas de correlação
Vários países suspenderam a vacina da AstraZeneca depois de terem sido conhecidos vários casos de formação de coágulos sanguíneos. Contudo, o Infarmed e a DGS apontam que "até ao momento não há evidência de que a vacinação possa estar na origem destes eventos".
"O número de eventos tromboembólicos comunicados na população vacinada na União Europeia (cerca de 5 milhões de doses) e no Reino Unido (cerca de 11 milhões de doses) continua a não ser superior ao verificado na população em geral", esclarecem.
De qualquer forma, todos os casos notificados até agora estão a ser avaliados pelo Comité de Segurança, PRAC, da Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos (EMA), "esperando-se uma conclusão durante a próxima semana", acrescentam Infarmed e DGS.
Até lá, os profissionais de saúde que suspeitem de reações adversas após a vacinação contra a Covid-19 devem notificá-las "de imediato", continuando o assunto "a ser acompanhado pelas autoridades nacionais de saúde", por via da avaliação a nível europeu. Qualquer nova informação será de imediato disponibilizada", conclui o comunicado.
Entre os países que suspenderam a vacina da AstraZeneca contra o novo coronavírus, estão Dinamarca, Bulgária, Itália, Noruega, Irlanda e Países Baixos. A Áustria suspendeu um lote considerado danificado, tal como Estónia, Lituânia, Letónia e Luxemburgo (sempre o mesmo lote, que fora entregue em 17 países e incluia um milhão de vacinas). A França confirmou que continuará a administrar a vacina.