“Talvez tenhamos de verdade muitas e belas ideias para reformar a Igreja, mas lembremo-nos: adorar a Deus e amar os irmãos com o seu amor, esta é a grande e perene reforma”, disse o Papa Francisco este domingo, na homilia da missa a que presidiu esta manhã, na Basílica de São Pedro.
Francisco concretizou que ser Igreja e servir a Igreja implica “lavar os pés à humanidade ferida, acompanhar o caminho dos frágeis, dos débeis e dos descartados e sair com ternura ao encontro dos mais pobres”.
Dirigindo-se sobretudo aos cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos que participaram, durante o último mês, nos trabalhos do Sínodo dos Bispos, o Papa acrescentou:
“Esta é a Igreja que somos chamados a sonhar: uma Igreja serva de todos, serva dos últimos. Uma Igreja que acolhe, serve, ama, sem nunca exigir antes um atestado de 'boa conduta'. Uma Igreja com as portas abertas, que seja porto de misericórdia.”
Neste caminho em que a Igreja é chamada a ser mais missionária, o Santo Padre também pensou “nas vítimas das atrocidades da guerra, nas tribulações dos migrantes, no sofrimento escondido de quem se encontra sozinho e em condições de pobreza, em quem é esmagado pelos fardos da vida, em quem já não tem mais lágrimas, em quem não tem voz”.
Também não deixou de denunciar “as vezes sem conta em que, por trás de lindas palavras e eloquentes promessas, se favorecem formas de exploração, ou então nada se faz para as evitar”, considerando um "pecado grave" explorar os mais frágeis, “pecado grave que corrói a fraternidade e destrói a sociedade”.
O sínodo sobre a sinodalidade na Igreja decorreu em Roma durante todo o mês de outubro e prosseguirá com uma nova assembleia sinodal em Roma, em outubro de 2024.