Os idosos esperam que desta vez seja de vez e que o Partido Socialista, se for governo, elimine em definitivo a condição de recursos na qual os rendimentos dos filhos são contabilizados para aceder ao Complemento Solidário de Idosos (CSI). Este sábado, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, prometeu avançar nesse sentido.
“É mais uma promessa do Partido Socialista que durante vários anos não deu resposta às nossas reivindicações”, disse o presidente da Assembleia-Geral do MURPI, Casimiro Menezes.
O mesmo responsável disse ainda que, este ano, “houve uma redução do número de idosos que tiveram acesso ao CSI”.
“Se [a promessa] for cumprida é bem-vinda. Esperamos que não passem de meras promessas eleitorais”, acrescenta o dirigente do MURPI.
Também Maria do Rosário Gama, presidente do APRE (Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados) relembra que esta é “uma reivindicação desde que começou a associação”.
A mesma defende que a condição de recursos deve contabilizar rendimento das pessoas que se candidatam, “mas nunca ter em conta o dos filhos, porque eles têm a sua família e muitos não querem saber o dos pais”.
Maria do Rosáro Gama conta ainda a história de “uns senhores que conheço no Alentejo” que “tinham um rendimento em que os dois juntos daria para se candidatarem ao CSI”.
“Mas têm uma filha que tinha um rebanho, e esse casal não podia ter acesso porque ela retirava rendimento desse rebanho de ovelhas. É absolutamente incrível”, ilustra.
No sábado, Pedro Nuno Santos prometeu que ao contrário do que acontece até aqui, os rendimentos dos filhos deixarão de contar para a avaliação.
"Esta condição tem de desaparecer. Defendemos uma sociedade solidária, mas o estado não regula a relação de pais e filhos. Dignificar os mais velhos é reconhecer a sua autonomia. Sabemos que há muitos idosos em Portugal que tendo direito ao CSI, não se candidatam porque não querem apresentar os rendimentos dos filhos. E há quem não tenha relação com os filhos", sublinhou.