Proteção Civil admite falta de diálogo entre bombeiros e Governo
10-12-2018 - 17:15

Mourato Nunes não revela se as corporações que não estão a enviar informação operacional vão ser penalizadas.

O presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) admite que não está a haver diálogo entre os bombeiros e o Governo no que toca à polémica que os opõe.

Em causa está o facto de, desde domingo, haver bombeiros que não estão a comunicar aos comandos distritais da Autoridade Nacional as chamadas de socorro que estão a receber, no âmbito do protesto em marcha contra os diplomas aprovados em outubro pelo Governo sobre a nova lei orgânica da Proteção Civil.

Na ativação do Plano Nacional da Serra da Estrela, esta segunda-feira, Mourato Nunes não se quis pronunciar sobre as razões que cada parte poderá ter e sublinhou que o problema é não estarem a dialogar.

Apesar desse défice de diálogo, o responsável da ANPC disse estar otimista quanto à resolução do problema. "Estou sereno e confiante de que esta situação terá uma resolução normal", disse aos jornalistas. E reforçou: "Terá de ter uma resolução normal."

Questionado sobre se compreende as reivindicações dos bombeiros, Mourato Nunes lamentou que haja "pouca informação à população sobre esta realidade" e acrescentou: "Às vezes há pouca informação dentro dos próprios bombeiros. Se tudo for bem explicado, tudo é mais fácil."

Na Serra da Estrela, esta tarde, estiveram presentes três das seis corporações de bombeiros envolvidas no dispositivo. A nível nacional, de acordo com o presidente da ANPC, haverá cerca de 50% das corporações a não reportar informação operacional ao comando de operações.

Mourato Nunes não revela se as corporações que não enviam informação vão ser penalizadas financeiramente e remete para a legislação em vigor.

"Não constitui, neste momento, a maior preocupação. Obviamente que essas avaliações são feitas. Existem mecanismos na lei e vamos fazer aquilo que a lei prevê, mas essa não é neste momento a minha principal preocupação. A minha principal preocupação é garantir que os portugueses estão seguros."