O presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) admite que não está a haver diálogo entre os bombeiros e o Governo no que toca à polémica que os opõe.
Em causa está o facto de, desde domingo, haver bombeiros que não estão a comunicar aos comandos distritais da Autoridade Nacional as chamadas de socorro que estão a receber, no âmbito do protesto em marcha contra os diplomas aprovados em outubro pelo Governo sobre a nova lei orgânica da Proteção Civil.
Na ativação do Plano Nacional da Serra da Estrela, esta segunda-feira, Mourato Nunes não se quis pronunciar sobre as razões que cada parte poderá ter e sublinhou que o problema é não estarem a dialogar.
Apesar desse défice de diálogo, o responsável da ANPC disse estar otimista quanto à resolução do problema. "Estou sereno e confiante de que esta situação terá uma resolução normal", disse aos jornalistas. E reforçou: "Terá de ter uma resolução normal."
Questionado sobre se compreende as reivindicações dos bombeiros, Mourato Nunes lamentou que haja "pouca informação à população sobre esta realidade" e acrescentou: "Às vezes há pouca informação dentro dos próprios bombeiros. Se tudo for bem explicado, tudo é mais fácil."
Na Serra da Estrela, esta tarde, estiveram presentes três das seis corporações de bombeiros envolvidas no dispositivo. A nível nacional, de acordo com o presidente da ANPC, haverá cerca de 50% das corporações a não reportar informação operacional ao comando de operações.
Mourato Nunes não revela se as corporações que não enviam informação vão ser penalizadas financeiramente e remete para a legislação em vigor.
"Não constitui, neste momento, a maior preocupação. Obviamente que essas avaliações são feitas. Existem mecanismos na lei e vamos fazer aquilo que a lei prevê, mas essa não é neste momento a minha principal preocupação. A minha principal preocupação é garantir que os portugueses estão seguros."