Um estudo divulgado pela revista médica "The Lancet" indica que as denominadas superbactérias podem ser responsáveis pela morte de 10 milhões de pessoas, em 2050.
Com dados recolhidos em mais de 200 países, o trabalho aponta que estes organismos já provocam mais mortes mais do que a SIDA, a malária e alguns tipos de cancro.
O professor Mário Ramirez, especialista em micromiologia, explica que as superbactérias tratam-se de bactérias que se tornaram resistentes aos antibióticos.
"Não podemos usar esses fármacos no tratamento das infeções. Levam-nos, em casos extremos, em que não temos nenhum fármaco capaz de lutar contra essas infeções", realça, à Renascença.
Mário Ramirez alerta que as superbactérias são "uma epidemia silenciosa" que está a avançar nos últimos anos e que poderá causar graves problemas de saúde.
"Estima-se que o problema venha a crescer", avisa.
Por isso, torna-se importante seguir as prescrições médicas e evitar a automedicação - um dos fatores que pode contribuir para a resistência das bactérias aos fármacos.
O especialista em micromiologia diz, ainda, que o estudo da "The Lancet" é um "dado importante que coloca o problema em perspetiva", mas realça que este problema acontece, mais frequentemente, "em países em vias de desenvolvimento, que não têm acesso a antibióticos mais sofisticados".