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A ministra da Saúde assume a preferência pelo tratamento dos doentes com covid-19 em Portugal ao invés de os transferir para outros países que se mostraram disponíveis para ajudar nesta fase mais aguda da pandemia. Marta Temido adianta que, depois da Madeira, há negociações para transferir doentes do continente para os Açores.
“São hipóteses que, obviamente, consideramos com a maior atenção, sendo certo que, por razões de estabilidade do próprio doente e de resposta em saúde junto do meio familiar, preferiríamos garantir o tratamento no nosso país e o mais possível junto de casa. É um esforço que continuaremos a tentar fazer”, disse esta segunda-feira a governante, a propósito das propostas de auxílio que chegaram de Espanha e da Áustria.
Numa conferência de imprensa no Ministério da Saúde, em Lisboa, na qual fez um ponto de situação sobre o plano de vacinação contra a covid-19, após uma reunião, por videoconferência, com a ‘task force’, Marta Temido observou que a posição do ministério segue a visão da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a covid-19 e destacou a aposta no reforço da capacidade instalada do país.
“Iremos procurar garantir primeiro que as respostas sejam ao nível do nosso país. Esperamos que estas duas semanas - que serão ainda semanas de muita pressão sobre os cuidados hospitalares e, sobretudo, os cuidados intensivos - nos permitam manter esta linha de resposta. O que mais nos preocupa é garantir os melhores cuidados aos utentes que deles precisem”, acrescentou.
No entanto, a ministra da Saúde assegurou que Portugal vai continuar a “trabalhar e a articular com vários países da União Europeia apoios e colaborações no âmbito do mecanismo europeu”, além de “cooperações bilaterais”.
Já sobre a manifestação de disponibilidade de médicos reformados para ajudar como voluntários o Serviço Nacional de Saúde na resposta à pandemia, queixando-se de barreiras administrativas a esse apoio, Marta Temido vincou que “todos os profissionais são bem-vindos”. A governante confirmou a receção da carta subscrita por esses profissionais e anunciou que irá encaminhá-la para os prestadores de saúde.
Portugal registou hoje 196 mortes relacionadas com a covid-19 e 2.505 casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a DGS. O boletim da DGS revela também que estão internadas 6.344 pessoas, mais 96 do que no domingo, das quais 877 em unidades de cuidados intensivos, ou seja, mais 12.
Desde o início da pandemia morreram em Portugal 14.354 pessoas dos 767.919 casos de infeção confirmados.