O Papa argentino recebeu recentemente a visita de Guillermo Marcó, seu antigo porta-voz nos tempos em que Mario Bergoglio era arcebispo de Buenos Aires.
A conversa entre os dois amigos, divulgada no Spotify, revela o sentido de humor do Papa e alguns detalhes do seu quotidiano.
À pergunta “ainda continuas a levantar-te cedo para rezar?”, Francisco responde que sim, porque “se não rezas logo de manhã, já não rezas e o dia fica estragado”.
Bergoglio confidencia que tem saudades de passear livremente pelas ruas de Roma, tal como costumava fazer nas ruas da capital argentina.
“Em Buenos Aires gostava de caminhar e de tomar o autocarro, mas aqui, nas duas vezes em que saí, fui apanhado em flagrante.”
O Papa recorda que o fez durante o inverno, às sete da tarde, quando já era escuro: “Quando fui ao oculista, uma senhora que estava na varanda gritou ‘É o Papa!’ e acabou tudo ali”.
Francisco recorda ainda a segunda “escapadela” quando foi a uma loja de discos de uns amigos, após as obras de renovação, porque eles tinham insistido: “vem, porque nos ajudaste muito”.
E o Papa foi. “O meu azar foi que ali próximo havia uma praça de táxis onde estava um jornalista à espera de um amigo”.
Claro que, poucos minutos depois, já circulavam pelo mundo inteiro as imagens do Papa a entrar na referida loja.
Nesta conversa, Francisco nega alguma vez ter saído da Casa Santa Marta disfarçado e refere que “o mito da fuga do Vaticano” deve ser atribuído a São João Paulo II que amava o esqui e conseguia praticá-lo nas montanhas, “disfarçado com um barrete que lhe cobria o rosto e assim ninguém o reconhecia”.
O Papa explica ainda que optou por viver na Casa Santa Marta, em vez do Palácio apostólico, para ele “demasiado espaçoso”, e sobretudo “por razões psiquiátricas”, ou seja, por não gostar de viver sozinho.