O ministro das Finanças afirmou esta quarta-feira que a resolução do Banif é o "preço menor" a pagar pelo facto de o actual executivo ter feito em três semanas o que o "anterior Governo não fez em três anos".
"É o preço a pagar por em três semanas o actual Governo ter de resolver aquilo que o XIX Governo Constitucional não fez em três anos. Ainda assim, é um preço menor", afirmou Mário Centeno, numa intervenção inicial na discussão na generalidade da proposta de Orçamento Rectificativo, que decorre esta manhã no parlamento.
Questionado no parlamento pelo socialista Carlos César, o ministro garantiu ainda que está prevista "uma alteração da arquitectura de supervisão" da banca, a apresentar "em breve", e assegurou a sua intenção de "não usar mais dinheiro público na resolução da banca".
Proposta do Santander era a melhor
O ministro das Finanças assegurou que a proposta do Santander pelo Banif era a que melhor salvaguardava o "sistema" financeiro" e protegia o "dinheiro dos contribuintes".
Falando no parlamento, na discussão do Orçamento Rectificativo apresentado a propósito da situação financeira do Banif, Centeno - que respondia ao deputado do PSD Duarte Pacheco - asseverou que apenas duas propostas de compra "cumpriam os critérios de venda estipulados", a do Santander e do Popular.
A venda foi uma "decisão difícil" sobretudo pelas "condições" em que ocorreu: "Vender um banco em contexto de resolução em 24 horas não é uma tarefa fácil", sustentou Mário Centeno.
A proposta de Orçamento Rectificativo foi aprovada na segunda-feira em Conselho de Ministros, na sequência do resgate ao Banif, anunciado no domingo à noite e que passa pela aplicação de uma medida de resolução ao banco e pela venda de parte da actividade deste ao Santander Totta, numa operação que envolve um apoio público estimado em 2.255 milhões de euros.
O debate desta quarta-feira será interrompido antes da votação para o PSD reunir os seus deputados. O CDS já anunciou que vai votar contra.