O PCP assinala a convergência com a Igreja Católica quanto às medidas para conter a pandemia, como a testagem em massa e a vacinação, e também preocupação "com o agravamento da situação económica e social".
"Assinala-se designadamente que Igreja e PCP concordam na valorização de uma resposta à situação sanitária sustentada na ciência e focada na prioridade à vacinação de toda a população, que se impõe acelerar, na promoção da testagem em massa e da prevenção sistemática da epidemia e na valorização, defesa e melhoria da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde", lê-se num comunicado divulgado esta quinta-feira.
Na nota, o PCP adianta que o secretário-geral, Jerónimo de Sousa, e os dirigentes Armindo Miranda, da Comissão Política, e Carlos Gonçalves, da Comissão Central de Controlo, reuniram-se hoje com o presidente da Conferência Episcopal e bispo de Setúbal, D. José Ornelas.
Este encontro foi pedido pelo Partido Comunista "no quadro das relações institucionais que de há décadas mantém com a Igreja Católica", e teve como objetivo "aprofundar o diálogo e reflexão sobre os grandes problemas que preocupam os trabalhadores e as populações", bem como "estudar contributos e propostas, no plano nacional e distrital, para caminhos convergentes de mais justiça, desenvolvimento e progresso social para o presente e o futuro do país".
O PCP destaca que esta reunião mostrou que há também convergência com a Igreja Católica no que toca à "preocupação com o agravamento da situação económica e social que afeta cada vez mais os trabalhadores -- explorados, despedidos, com vínculo precário, imigrantes - as micro, pequenas e médias empresas, as atividades culturais, desportivas, sociais e associativas e na defesa da urgência de o Estado apoiar devidamente estes setores".
E ainda "na proposta de medidas justas e prementes de dinamização e apoio à retoma da economia e à produção nacional, com uma grande centralidade na defesa dos trabalhadores, dos seus salários e direitos, das prestações e apoios sociais, que têm de ser garantidos e valorizados, na salvaguarda das populações e dos seus interesses e direitos".
"O PCP considera que a troca de opiniões registada no encontro, muito mais que naturais diferenças de abordagem, revelou uma grande proximidade de posições e de intervenção com o presidente da Conferência Episcopal Católica relativamente a problemas da maior relevância e atualidade na situação nacional", é ainda assinalado.
Os comunistas referem também no comunicado que valorizam "a sua relação com a Igreja Católica e os católicos" e relevam "a importância da sua persistência", apontando que o PCP "conta com muitos católicos nas suas fileiras".